sábado, 12 de julho de 2014

ADMITIR O FRACASSO - Por RODRIGO CURTY


E o que parecia ruim, ficou pior. A Seleção Brasileira que acreditava conquistar o hexacampeonato e viu o sonho acabar de forma humilhante contra a Alemanha também não conseguiu o simbólico terceiro lugar. Terminou com a pior defesa da Copa. Foram 14 gols sofridos. O recorde negativo anterior era da Copa de 38, quando levou 11. Mas vamos ao fato.
A partida contra a "desmotivada" Holanda no estádio Mané Garrincha, em Brasília era vista por muitos torcedores como a chance dos comandados de Felipão saírem por cima, mas o que se viu foi novamente uma desorganização tática, oportunidades para que esperava uma chance de provar que pode fazer parte dos planos para a Copa de 2018, e porque não dar sobrevida a comissão técnica atual para o futuro do futebol brasileiro.
Pois é, mas o que se viu foi um Brasil correndo mais, brigando pela bola mesmo que de forma desorganizada e um adversário que mostrou ser muito mais equilibrado, forte na defesa e no ataque, além se ser mais vibrante. É bem verdade que a arbitragem errou a favor dos holandeses, mas cá entre nós, isso não pode servir de desculpa pela seleção não ter conseguido subir no pódio, afinal o placar da partida foi um 3x0 (Van Persie, Blind, Wijnaldum) sem dificuldade, e com o detalhe de um time que vinha de quatro horas jogadas em duas prorrogações. Mas time que treina colhe frutos. A Holanda pela primeira vez terminou de forma invicta uma Copa do Mundo da Fifa.

Como diz o ditado " Há males que vem para o bem", a expectativa é que uma mudança urgente seja feita na força maior que administra o futebol no país. A CBF tem uma grande parcela no resultado trágico. O Brasil nesta Copa não teve a atitude, planejamento e treinos táticos esperados. O que houve foi muita mídia nos jogadores, problemas emocionais, regalias e desculpas que as derrotas foram obras do acaso em dias de má sorte.
O fato é que o problema é bem mais embaixo. Os clubes falidos, penhorados, pouco incentivados a desenvolver novos talentos, sem estrutura financeira para manter as "joias" no país, abertura explicita de empresários coordenando o que deve ser feito, enfim, está mais do que na hora de uma reestruturação.
É hora de seguir os exemplos daqueles que souberam e sabem que no futuro um trabalho bem feito dará resultado. A Alemanha é prova disso. Trabalha desde sua reformulação em 2002, está sempre entre os três melhores do mundo e, agora finalmente chega com grande possibilidade de conquistar seu quarto titulo. A base da seleção está na equipe do Bayern de Munique, mas conta com um elenco de atletas que jogam no país. Aqui o torcedor mal conhece este ou aquele jogador, torce sem saber torcer, cobra sem saber o que cobrar, falta conhecimento dos bastidores. Está tudo errado.
Por isso, a derrota deve ser vista com muitos bons olhos, caso contrário, jamais teremos o resgate de que a Seleção Brasileira é o que deveria ser nosso maior orgulho, nossa dignidade em campo, e poder dizer que de fato é o país do futebol. Não é faz tempo, a vitória só iria manter o que está errado, maquiaria os problemas internos do futebol brasileiro, manteria pessoas despreparadas e oportunistas no poder, entre outras coisas.
A torcida agora é pela humildade dos "chefes" do futebol brasileiro assumirem o fracasso, que estão defasados, que o povo deve ter paciência por resultados e principalmente tirar da frente quem de fato deve sair. É aguardar para ver.
Até a próxima!

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