quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

UM PASSEIO ALVINEGRO - Por Rodrigo Curty


E a partida inédita entre Corinthians e São Paulo pela Libertadores foi eletrizante, nervosa e para variar com polêmica.
A Arena Corinthians ficou lotada. Mais de 38 mil pagantes enlouquecidos e tensos com o duelo apelidado de “Majestoso”.
Antes da partida deu para ter ideia do que seria visto. O Corinthians com uma formação forte no meio-de-campo e ofensivo, apesar de um falso camisa nove. O São Paulo com uma estratégia defensiva e errada. Respeito o que o treinador faz, mas Michel Bastos na lateral esquerda, Maicon no meio e Kardec na ponta, estava na cara que não daria em nada, nem as tradicionais bolas paradas deram efeito.  
Desta forma, o que se viu foi uma diferença impressionante das duas equipes. Os donos da casa provaram nesse primeiro encontro que estão bem mais organizados e preparados para a competição. É um time com cara de Libertadores. Experiente, frio e calculista. Joga atrás do resultado e não para dar espetáculo.
Já o tricolor que tem forte ligação com o torneio e é rotulado como o que mais se identifica está em formação e se não se reinventar terá muita dificuldade. Tudo bem que Alexandre Pato e Centúrion não puderam jogar. Isso com certeza deve fazer diferença nas próximas partidas.
Apesar do equilíbrio inicial, o jogo em si foi um passeio alvinegro. Os comandados de Tite não tiveram dificuldades para vencer pelo placar de 2x0. A vitória foi construída, graças as alternativas táticas aplicadas no campo. Alternâncias de posicionamento entre Renato Augusto, Jadson, Danilo e Emerson. Elias que não é segredo para ninguém, mas uma vez foi a arma surpresa. Ralf como sempre marcou em cima, assim não tinha como dar errado.
Fora isso, o São Paulo não jogou com o espírito que o torneio exige. Apesar de ter tido mais a posse de bola, pouco se criou. O time foi apático, sem criatividade e vibração. Dória sentiu a estreia, Toloi como sempre esteve perdido e nervoso. As laterais não existiram.  No meio prevaleceu apenas o esforço de Souza e Denílson. Maicon estava perdido, Ganso como é de costume sumiu nos jogos decisivos e preferiu culpar a derrota pelo erro da arbitragem no segundo gol. Sim, houve falta de Emerson Sheik no fraco Bruno no início da jogada que terminou com o gol de Jadson, porém ocorreram outras jogadas semelhantes na partida e nada se marcou. Claro que o peso é maior nos erros que resultam em gols. O árbitro ao meu ver foi bem na partida, mas infelizmente nesse tipo de jogo sou a favor de um juiz estrangeiro para evitar indícios de armações a favor de A ou B. De volta ao Ganso, penso que o meia que não tem desculpas colocaria seus atacantes na cara do gol e ficou claro que Cássio nem sujou o uniforme.
A verdade é que os tempos mudaram. Tite saiu do Brasil para se reinventar e estudar novas tendências na profissão. Sabe como ninguém montar um time competitivo, burocrático e que dá resultado. Trabalha o elenco de uma forma que todos os seus jogadores são essenciais e titulares, de acordo com a partida que terá pela frente. Já Muricy Ramalho também é um vencedor, isso ninguém discuti, porém parou no tempo e está ultrapassado. Isso sem falar dos constantes problemas de saúde. Sempre me lembro da frase do jornalista Alemão Moura  de que “o craque tem que saber a hora de parar”.  O torcedor vive de paixões, mas Muricy merece ser lembrado mais pelas glórias do que pelos fracassos. De qualquer maneira é bom que se diga que o São Paulo vai se ajustar, pode escrever, mas ainda está bem longe de se tornar um time homogêneo e virtuoso como o Corinthians que provou que a busca pelo Bi é uma realidade, principalmente porque também conta com fatores externos dando uma força para o sucesso. Mas não vamos tirar os méritos daqueles que trabalham pelo objetivo. No clube também existem pessoas sérias, dignas e que trabalham corretamente. Ao invés da inveja o que se deve fazer é aplaudir, doa a quem doer.
Até a próxima!
 

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