E por mais que tentem disfarçar, a crise insiste em permanecer no
São Paulo Futebol Clube. O clube que esse ano completará 80 anos de vida é um
dos mais vitoriosos do país. Fora isso é também muito respeitado
internacionalmente, mas a temporada não começou bem para o tricolor.
O time do Morumbi sofre principalmente com os
problemas internos. Mas essa não é uma exclusividade da equipe paulista.
Infelizmente no Brasil, a gestão de um clube ainda é algo bem amador. Enquanto
tivermos dirigentes com uma mentalidade individual, sejam eles os novos ou os
antigos que voltam ao comando do futebol de A ou B, a tendência é não saírem
das manchetes negativas.
No São Paulo não é de hoje que a
parte administrativa atrapalha mais do que ajuda. O clube fica refém das más
administrações e consequentemente não consegue provar que o rótulo de
“Soberano” ainda reina. Muito se fez também no passado. O clube era visto como
modelo de gestão, profissionalismo e fazia questão de dizer que estava bem à
frente dos rivais.
Juvenal Juvêncio, presidente
anterior e responsável pela entrada de Carlos Miguel Aidar no lugar mais alto
deixou saudades? Para muitos não, afinal as suas aparições eram mais de
gozações do que positivas, uma vez que em sua última passagem foram muitas
lambanças e problemas administrativos. Para não fazer por menos, Aidar que não
custa informar ao mais antigo torcedor, está bem aquém daquele que 1986 fez um
excelente trabalho na presidência.
Recentemente o advogado também teve o seu nome envolvido em desvios,
facilitações, entre outras coisas, ou seja, o clube está em ruínas, por mais
que não queiram admitir.
A troca de farpas para ver quem
prejudicou mais o São Paulo não é o que importa agora, mas deve sim ser
esclarecido. Hoje não tem como afirmar, mas arrisco dizer que praticamente
todas as agremiações já se envolveram em escândalos e quem não teve esse
desgosto, na atual conjuntura do futebol brasileiro, em breve sentirá o gosto,
pode escrever.
Mas de volta ao São Paulo. Se
internamente o grupo está rachado e conta com pessoas covardes que não assumem
suas atitudes, principalmente em querer derrubar Muricy Ramalho e alguns
jogadores, visto que são considerados do grupo a favor de Juvenal, por outro
reflete no local que menos precisava. Dentro do campo. O atraso de pagamento
dos direitos de imagem, aparentemente solucionado, a tal falta de líder para
comandar o grupo e nitidamente a postura de certos atletas faz com que o
torcedor não incentive e apoie a equipe.
Assim, se 2015 tem o objetivo de
ser histórico para o tricolor é bom resolver esses problemas logo para que não
seja de forma negativa. O campeonato Paulista é a meu ver uma besteira.
Conquistá-lo ou não é o de menos. Vale mesmo é a Libertadores, Copa do Brasil e
Brasileirão. O resto é consequência e mais do mesmo.
A questão é que nem no regional o
time empolga e passa confiança. A prova disso foi a magra e esquisita vitória
de ontem sobre o São Bento por 1x0. Os poucos torcedores vaiaram e cobraram
valores menores para a entrada no estádio, ou seja, a relação está estremecida.
Volto a dizer. A culpa disso não é
de apenas planejamento. A administração é muito ruim. As pessoas não pensam em
conjunto, querem por querem lucrar as custas do clube e de quebra contratam
jogadores que não resolvem os problemas. Se isso já não bastasse, parece claro
a falta de tranquilidade para Muricy Ramalho trabalhar. O treinador que tem uma
história vitoriosa no tricolor pode estar com os dias contados. O fato de estar
com problemas de saúde, insatisfeito e triste por ser um torcedor do São Paulo
e ter que comandar do jeito que está, não vejo outro caminho que não a
aposentadoria forçada.
Porém já presenciei casos que
pareciam perdidos e no final deu tudo certo, ou melhor até a ruptura total.
Essa é a mentalidade que os comandantes são-paulinos devem ter em mente. Que o
clube é muito maior que tudo isso. A Libertadores está aí. Não tem nada
perdido, apesar da derrota para o Corinthians que se tornou um martírio. Sem a
confiança e união o time não irá para frente. Na vida sempre tem a oportunidade
do troco, basta fazer por onde e aguardar a hora certa. A torcida tem que
entender que o momento é de apoiar e não apenas criticar, mesmo tendo razão
para isso.
Semana que vem será determinante.
O São Paulo precisa vencer o San Lorenzo para não se complicar na Libertadores
e ganhar confiança. A hora é de resgatar urgentemente a autoestima e o bom
futebol. Material humano para isso tem, mas sem atitude, reconhecimento e
humildade para dar a volta por cima, sinceramente não há Deus que dê jeito.
Vamos aguardar para ver se o
tricolor fará por onde para receber a chancela de favorito ou se conformará de
ser apenas mais um participante nas competições. O primeiro passo a ser dado é
limpeza administrativa, será que rola? Eu acredito que não, mas essa é a minha
opinião.
Até a próxima!
Comentário honesto e sincero sobre o que ocorre no São Paulo.
ResponderExcluirEu também penso que tudo pode mudar em um clube deste quilate, mas sem união e vontade, fica difícil. Em Empresa particular, alguns empecilhos já teriam sido removidos, mas em administração de futebol, isto é difícil de acontecer. Vale ver e sentir se a emoção rola. Daí empolga a torcida e as coisas se normalizam.
Valeu.