terça-feira, 23 de junho de 2015

AS DORES DA VIRADA DE CASACA - Por Rodrigo Curty


E por pouco não tivemos mais uma situação que vai além do futebol. É impressionante como o torcedor valoriza demais a sua paixão quando vê um jogador que defendeu e bem as cores da camisa do seu clube de coração indo para o rival.
Essa com certeza não seria uma exclusividade de Léo Moura e tão pouco será de outros mais para frente. Vou citar alguns exemplos marcantes para que você possa refletir se vale mesmo a pena se irritar, ameaçar o atleta e prometer se vingar, como se isso realmente fosse o primordial no esporte.
Em São Paulo, tivemos casos de ídolos como Luizão, Muller que jogaram nos quatro grandes e nem por isso foram ameaçados. Denílson, Casagrande, Edílson, Neto, e por aí vai. Em Minas, Nelinho, Palhinha, Procópio, Cerezo, Luizão, Éder e por aí vai. No Sul do país, Anderson, Giuliano, Dida, Mauro Galvão, Carlos Miguel, Manga, Tinga e por aí vai.
Agora especialmente na troca entre Flamengo e Vasco foram muitos os casos. Para não estendermos muito, cito a do maior ídolo da Gávea, Zico, em 1993 usando a camisa do Vasco na despedida de seu amigo e “rival” Roberto Dinamite e afirmando ser um orgulho. No campo profissional, a que pesou bastante foi a ida de Bebeto em 89. Na época foi uma barra para o torcedor rubro-negro aceitar e pior, ver o craque ser campeão e artilheiro do campeonato Brasileiro daquele ano. Mas tarde, em 96, ele voltou à Gávea, mas não foi a mesma coisa. Vale lembrar que Andrade, ídolo como jogador e treinador no Flamengo também vestia as cores do Cruz-maltino em 89. Mas outros também entraram na polêmica. Edmundo e Romário, craques do Vasco jogaram no Flamengo em pleno centenário do clube. Claudio Adão, Garrincha, Leônidas da Silva e tantos outros. O mais recente foi Petkovic, que após o histórico gol do Tri em 2001 foi para o Vasco e mais tarde voltaria para à Gávea para ser campeão brasileiro em 2009.
Ora, hoje infelizmente é cada vez mais comum não termos jogadores que ficam no clube por muitos anos. E pior, a carência de ídolos fez com que o flamenguista não entendesse a “provável” ida de Léo Moura, que na sua saída do clube, após 519 jogos ou 10 anos, além das juras de amor, comprometimento, respeito e identificação com a torcida fosse por água abaixo. O Fort Lauderdale Strikers foi o destino e não se passaram nem três meses e o lateral desejou voltar ao Brasil.
Essa é a questão. O profissional vive das oportunidades e do dinheiro, porém precisa muita das vezes ser bem orientado para não se arrepender mais tarde. É bem provável que a ida para o Vasco causaria um novo mal-estar ao jogador. Se não desse certo poderiam alegar que é porque é rubro-negro, ao contrário causaria problemas com o mesmo, quanta besteira. Léo Moura para quem não sabe jogou nos quatro grandes do Rio de Janeiro.
Hoje o presidente vascaíno, Eurico Miranda fez duras críticas ao lateral e, esse por sua vez está em Curitiba, ao lado de seu empresário Eduardo Uram para em breve assinar com o Coritiba. Ganha o Coxa Branca que não precisa dar explicações e nem proteger seu novo jogador, afinal, por lá no Paraná, já bastam os casos de ex-jogadores que também defenderam as cores do Atlético. Casos de Tuta, Rafael(goleiro), Almir, Marcão, e por aí vai.
Até a próxima!

 

Um comentário:

  1. Que show de comentário, blogger!
    Você conhece, parabéns! Sabemos qual é o seu clube de coração, mas como profissional de imprensa esportiva você expande talento e conhecimento da matéria chamada futebol.

    Claro que só o Léo Moura pode se julgar. É um belo jogador, mas deixou a desejar nestas páginas finais de seu livro profissional, perdendo uma oportunidade como esta de ir para o Vasco, como fizeram os grandes nomes como você citou. O mérito ficou com o Eurico? Não sei, mas como Presidente do Vasco, disse que o Léo "encheu o saco para ser contratado". Para fazer rompimento de sua contratação por causa de torcida? Francamente. Leo, boa sorte, mas para convencer algo daqui prá frente, sei não. Valeu.

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