E em breve mais um treinador deve dar adeus ao comando de um clube. É
impressionante como ainda se tem o costume de sempre achar que no futebol, quando
o resultado não vem, a culpa é só do comandante.
No Brasileirão até aqui já foram seis os demitidos, isso em apenas seis
rodadas. Se no ano passado o número de demissões surpreendeu, nem 2015, do
jeito que andam as coisas deveremos ter um recorde.
A questão que fica é por que não se culpa o responsável pelo planejamento?
Por que um clube não dá a cara para bater e começa a ter coragem de manter um
treinador até que o seu contrato acabe, aconteça o que acontecer? Assim como “ocorrem”
loucuras em contratações em massa de jogadores, quando um time não vai bem,
ocorrem as trocas e com elas as novas contratações e dispensas, ou seja, é só
prejuízo, e nem sempre trazendo os resultados esperados.
Longe de entender que as mudanças não são viáveis, porém na base da
pressão para dar resposta à torcida é no mínimo um absurdo. Os altos salários,
a comissão técnica que saí junto e a que chega é algo para se lamentar. A
dívida só aumenta.
Vejamos os exemplos no passado, no qual muitos clubes que mudarão não uma,
mas até três vezes de comando acabaram caindo. A fórmula é um convite para cair
à série B ou para outras divisões, uma vez que não é exclusividade as mudanças
para quem está na Elite.
O próximo a dar adeus deve ser Oswaldo de Oliveira. A situação se tornou
insustentável, por mais que provem o contrário. O Palmeiras investiu forte na
temporada. Teve mais erros do que acertos nas contratações, e me provem o
contrário. De qualquer maneira, um time, muita das vezes, mesmo não sendo forte
no papel se torna imbatível, principalmente se contar com um grupo unido,
comprometido ou simplesmente pela identidade e costume de jogar sempre com os
mesmos jogadores. Esse foi o maior erro do treinador alviverde. Desde que
chegou alertou sobre o excesso de jogadores, porém nunca se moveu para tirar
alguns de seu plantel, pelo contrário, absorveu ainda mais. O Campeonato
Paulista que serviu para testar foi mal utilizado. Era melhor manter os 11
jogadores, doa a quem doer para se criar um padrão de jogo e um time e não um
bando que cada hora se apresentou com um esquema tático. Outro erro de Oswaldo foi
passar a impressão de que o seu time era fraco, uma vez que quando estava na
frente dos placares insistia em recuar.
O fato é que não só o torcedor palmeirense, mas tantos outros dos
considerados grandes do nosso futebol desejarem resultados com rapidez. Deixar
de entrar nas disputas apenas para participar. Querem e desejam títulos,
respeito de outras agremiações. Só que
essas trocas nem sempre trazem isso em curto prazo, e sinceramente não acredito
que dará agora. O novo treinador tem sua metodologia, sua comissão técnica e
desejo de contar com jogadores de confiança. A maior missão será criar empatia
no elenco. Será que dá? A missão deverá ser de Marcelo Oliveira.
Do lado dos treinadores fica o consolo de receber o que se deve. De
aguardar novos convites para não ofuscar o ego. A vida de treinador não é
fácil, mas no final das contas vale agradecer a péssima cultura brasileira,
afinal é um emprego bastante rentável, mesmo quando se está ausente.
E vamos ficar atentos, pois Doriva e Marcelo Fernandes devem ser a bola da
vez.
Até a próxima!
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