E hoje é uma
data muito especial para os apaixonados pelo esporte, sobretudo o futebol. É
que há 66 anos, nascia em Osvaldo Cruz, o que é para mim, o maior de todos os
narradores que tive o prazer de ouvir e ver. Falo de Osmar Santos.
A carreira
começou no interior de São Paulo, na cidade de Marília, local onde passou a
infância e teve a oportunidade de mostrar sua genialidade.
Osmar Santos era
um fenômeno nas transmissões. As partidas de futebol nos presenteava com
ingredientes fantásticos e com graciosidade e inteligência. Osmar nos presenteou com
jargões que até hoje são lembrados como: “xirulirili, xirulirula”; "ripa na chulipa; pimba na
gorduchinha"; "é fogo no boné do guarda"; "bambeou, mas não
caiu"; "Um prá lá, dois prá cá"; “é lá que a menina mora”, “E
que golllllll”, e outros tantos mais.
Osmar Santos era
muito rápido no raciocínio. Para se ter uma ideia, ele conseguia pronunciar até 100 palavras seguidas
sem engasgar. Sorte das emissoras de rádio: Jovem Pan, Record e Globo e de
TV: Globo, Record e Manchete que o tiveram fazendo sucesso e aumentando a
audiência. Osmar era também muito ligado em política, assuntos gerais, leitura.
Conseguia acrescentar tudo isso em suas narrações, mudava o foco nas
entrevistas, o que às vezes enfurecia a emissora em que trabalhava. Era um
inovador, falava o que pensava, não tinha medo de expressar a sua opinião.
Ficou famoso
também em uma fase histórica do país. No ano de 1984, ficou conhecido como o
"locutor das Diretas", afinal era um dos responsáveis pela campanha
das "Diretas Já", movimento que tinha como objetivo trazer de volta
as eleições diretas para presidente do Brasil. Subiu ao palco com ex-jogadores,
políticos e enlouqueceu o Vale do Anhangabaú, em São Paulo.
A carreira ia
de vento em popa, mas quis o destino que o seu talento fosse colocado em outra
área.
No dia 22 de
dezembro de 1994, um acidente na estrada que liga Marília à Lins tirou de Osmar
o que ele mais sabia fazer. Caia uma chuva fraca na estrada, e segundo relatos,
nem mesmo a redução da velocidade em seu veículo foram capazes de evitar a
imprudência de um caminhoneiro alcoolizado que dando ré, em plena estrada,
quase custou a vida do ex-narrador.
A traseira do
caminhão foi ao encontro do cérebro de Osmar. Acabava ali a genialidade da
narração deste grande homem que também é formado em Educação Física,
Administração e Direito. Ele tinha apenas 46 anos e estava no auge. Mas Deus sempre conforta. A
vontade de viver o fez lutar como nunca pela sua recuperação. Se hoje,
infelizmente não consegue pronunciar nem cem palavras, pelo menos se encontrou
com a capacidade de usar e descobrir o
talento do seu lado esquerdo.
Hoje, 20 anos após o grave acidente, Osmar
Santos é um homem de bem com a vida, um exemplo de amor pela vida. Fora isso, é um pintor de obras coloridas, nada abstratas e com muito sentimento. É
a sua maior terapia.
Por fim deixo
uma ótima dica. Hoje às 20h30(horário de Brasília), a ESPN Brasil
mostra o documentário: "Osmar Santos: Vai Garotinho que a vida é
sua!".
Vale a pena conferir as histórias do início de carreira, as
curiosidades e depoimentos de quem fizeram e fazem parte da vida de Osmar
Santos. Nomes como o de Juca Kfouri, Fausto Silva, Paulo Soares, Edison
Scatamachia, Juarez Soares, Roberto Carmona, dos irmãos Oscar Ulisses e Osório
Santos prometem te emocionar.
Viva Osmar! Viva a inesquecível narração esportiva!
Até a próxima!
Parabéns pela matéria, caro blogger.
ResponderExcluirLembrar de Osmar Santos - no auge, ainda não imitado até hoje por narradores esportivos - é uma excelente contribuição a todos que amam o futebol.
Particularmente, eu tive a oportunidade de estar juntinho dele dividindo um palco no Hotel Transamérica - SP, quando de uma reunião de objetivos com os Gerentes do Banco Real. Ele parecia estar no convívio do grupo, conduzindo os trabalhos, como se fora um velho participante. Eclético, lúcido, excelente nos exemplos e expressões, deixou muito boa contribuição e motivações para todos. Um "animal" de motivador que sempre foi. Parabéns, mais uma vez, por lembrá-lo para nós.