E hoje em dia, o torcedor do Corinthians está cada vez mais animado com os
títulos conquistados pelo clube. Mas acredite, isso nem sempre foi assim. O
clube que em sua história viveu longos jejuns como o estadual de 77, no qual
esperou por longos 23 anos para gritar “É campeão” estadual, sempre teve na torcida à afirmação
de que o time do povo “vivia de Corinthians e não de títulos”.
O tempo passou, assim como o desejo de fazer do alvinegro forte também no
torneio nacional. O Campeonato Brasileiro iniciou em 1971 e o Timão até 1990, era
dos considerados grandes, o único que não tinha sentido o gosto de levantar a
taça.
Pois bem, há exatos 25 anos, isso mudou. De uma equipe considerada
tecnicamente fraca, principalmente por não marcar gols ao inédito título. A
campanha foi regular, mas a troca de treinador foi cirúrgica. A derrota para
Grêmio e Cruzeiro derrubou Zé Maria. Nelsinho Baptista assumiu e ajustou o time.
Mais tarde entraria para história e de vez no coração alvinegro.
Na primeira fase, a equipe somou oito vitórias, seis empates e cinco
derrotas em 19 jogos. Como o regulamento na época destinava quatro vagas aos
vencedores de turnos, na ocasião - Atlético-MG e Santos pelo Grupo A, e Grêmio
e Palmeiras pelo Grupo B, as outras vagas foram preenchidas pela pontuação
geral. Foi assim que entraram São Paulo (terceiro lugar na soma dos turnos),
Corinthians (quarto), Bahia (quinto) e Bragantino (sexto).
O Timão de cara enfrentou o time de melhor campanha. O Atlético MG. O Galo
jogava por dois empates, mas no primeiro duelo no Pacaembu sucumbiu diante de
Neto e a Fiel. Derrota de virada por 2x1. Na volta, apesar da pressão, o empate sem gols classificou o Corinthians.
Veio então o confronto contra o Bahia e mais uma vez o camisa 10 brilhou em
casa. Novamente um 2x1 e mais dois gols do craque. Faltava pouco. Era hora de
encarar o então Bicampeão Brasileiro São Paulo de Telê Santana.
Na primeira partida quem resolveu foi o xodó da torcida, o volante Wilson
Mano. Vitória de 1x0 e vantagem do empate na partida de volta. O Morumbi estava
abarrotado naquele 16/12/1990. Apesar da partida ter sido na casa do tricolor,
nas arquibancadas o que se viu foi a maçante massa alvinegra dominando 80% do
estádio que recebeu mais de 100 mil torcedores.
A conquista veio aos 8’ da etapa final, após um bate-rebate e a bola
sobrando para Tupãzinho estufar as redes de Zetti. O Morumbi quase foi abaixo.
A euforia era enorme. A emoção de gritar “é campeão” brasileiro jamais será
esquecido pelos torcedores, que em sua maioria até hoje se recorda daquela
escalação formada por Ronaldo, Giba, Marcelo, Guinei e Jacenir; Márcio, Wilson
Mano, Tupãzinho e Neto (Ezequiel); Fabinho e Mauro (Paulo Sérgio).
O Corinthians de lá para cá levantou mais cinco títulos do Brasileirão, a
Copa do Brasil, Libertadores e Mundial, mas a primeira vez ninguém esquece,
assim como se antes o torcedor corintiano vivia de Corinthians, hoje ele se
gaba por viver também de conquistas.
Até a próxima!
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