quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

1990, O ANO QUE O CORINTIANO NÃO ESQUECE - Por Rodrigo Curty


E hoje em dia, o torcedor do Corinthians está cada vez mais animado com os títulos conquistados pelo clube. Mas acredite, isso nem sempre foi assim. O clube que em sua história viveu longos jejuns como o estadual de 77, no qual esperou por longos 23 anos para gritar “É campeão”  estadual, sempre teve na torcida à afirmação de que o time do povo “vivia de Corinthians e não de títulos”.
O tempo passou, assim como o desejo de fazer do alvinegro forte também no torneio nacional. O Campeonato Brasileiro iniciou em 1971 e o Timão até 1990, era dos considerados grandes, o único que não tinha sentido o gosto de levantar a taça.
Pois bem, há exatos 25 anos, isso mudou. De uma equipe considerada tecnicamente fraca, principalmente por não marcar gols ao inédito título. A campanha foi regular, mas a troca de treinador foi cirúrgica. A derrota para Grêmio e Cruzeiro derrubou Zé Maria. Nelsinho Baptista assumiu e ajustou o time. Mais tarde entraria para história e de vez no coração alvinegro.
Na primeira fase, a equipe somou oito vitórias, seis empates e cinco derrotas em 19 jogos. Como o regulamento na época destinava quatro vagas aos vencedores de turnos, na ocasião - Atlético-MG e Santos pelo Grupo A, e Grêmio e Palmeiras pelo Grupo B, as outras vagas foram preenchidas pela pontuação geral. Foi assim que entraram São Paulo (terceiro lugar na soma dos turnos), Corinthians (quarto), Bahia (quinto) e Bragantino (sexto).
O Timão de cara enfrentou o time de melhor campanha. O Atlético MG. O Galo jogava por dois empates, mas no primeiro duelo no Pacaembu sucumbiu diante de Neto e a Fiel. Derrota de virada por 2x1. Na volta, apesar da pressão,  o empate sem gols classificou o Corinthians. Veio então o confronto contra o Bahia e mais uma vez o camisa 10 brilhou em casa. Novamente um 2x1 e mais dois gols do craque. Faltava pouco. Era hora de encarar o então Bicampeão Brasileiro São Paulo de Telê Santana.
Na primeira partida quem resolveu foi o xodó da torcida, o volante Wilson Mano. Vitória de 1x0 e vantagem do empate na partida de volta. O Morumbi estava abarrotado naquele 16/12/1990. Apesar da partida ter sido na casa do tricolor, nas arquibancadas o que se viu foi a maçante massa alvinegra dominando 80% do estádio que recebeu mais de 100 mil torcedores.
A conquista veio aos 8’ da etapa final, após um bate-rebate e a bola sobrando para Tupãzinho estufar as redes de Zetti. O Morumbi quase foi abaixo. A euforia era enorme. A emoção de gritar “é campeão” brasileiro jamais será esquecido pelos torcedores, que em sua maioria até hoje se recorda daquela escalação formada por Ronaldo, Giba, Marcelo, Guinei e Jacenir; Márcio, Wilson Mano, Tupãzinho e Neto (Ezequiel); Fabinho e Mauro (Paulo Sérgio).
O Corinthians de lá para cá levantou mais cinco títulos do Brasileirão, a Copa do Brasil, Libertadores e Mundial, mas a primeira vez ninguém esquece, assim como se antes o torcedor corintiano vivia de Corinthians, hoje ele se gaba por viver também de conquistas.
Até a próxima!   

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