E o futebol brasileiro a cada ano fica mais carente de ídolos. Se em
outros tempos o torcedor de determinada equipe aplaudia os ídolos das equipes
rivais ou até mesmo se rendia em ir ao estádio para ver “aquele cara” jogar,
hoje infelizmente, não existe na maioria das vezes nem o respeito pelos que fazem do
clube em que veste a camisa, uma passagem brilhante e digna de reconhecimento,
seja por culpa da mídia ou até mesmo da própria torcida que comete para muitos,
um erro em não reverenciar como se deve o seu ídolo.
Desta vez, a torcida do São Paulo é quem sofrerá com a despedida de um herói.
No próximo dia 11, o jogador que mais vestiu a camisa tricolor se despedirá dos
gramados.
Falo do goleiro-artilheiro Rogerio Ceni, que dedicou 25 anos de sua vida
como jogador profissional pelo tricolor.
Como não poderia deixar de ser, uma vez que a dedicação, profissionalismo
e ambição sempre se fez presente, Ceni virou M1TO e quebrou inúmeros recordes. Foram 1.237 partidas com a
camisa do São Paulo. Antes dele, apenas Pelé ficou tanto tempo em um único
clube. O Rei do futebol jogou 1.116 partidas pelo Santos.
Destas, Ceni é recordista no Brasileirão com 575 partidas, sendo 279
vitórias(jogador que mais venceu), 90 pela Libertadores, sendo 51 vitórias(
jogador que mais venceu). Foi o que mais jogou essa competição - 9 vezes. Foi o
jogador que mais venceu no Morumbi – 375 vitórias.
Das partidas disputadas na carreira, conseguiu a impressionante marca de 648
vitórias, 275 empates e 314 derrotas – um aproveitamento de 59,80% dos pontos
disputados. Ceni marcou 131 gols: 61 de falta, 69 de pênalti e um com a bola
rolando. Não é à toa que o goleiro está presente no Guinness como o maior
goleiro-artilheiro da história do futebol mundial. Detalhe que o recorde foi
batido em 2006, quando o paraguaio Jose Luiz Chilavert, que marcou 62 gols
perdeu o posto.
A vida profissional de Ceni nunca foi fácil. Ao longo desses 25 anos além
das vitórias, ele também colecionou polêmicas, amigos e inimigos. Tem com
certeza muita história para contar. Talvez como uma das principais, o ano de
2004 quando falhou na derrota para o Palmeiras por 2x1 e foi muito vaiado pela
sua própria torcida. O goleiro chorou demasiadamente e pensou em abandonar
tudo. Por sorte dos são-paulinos e do goleiro, nem o Dr.Marcelo Portugal Gouvêa
e nem Juvenal Juvêncio acataram.
Então, quis o destino que 2005 fosse o ano da glória para Ceni. Na
ocasião, ele balançou as redes em 21 vezes e conquistou o campeonato Paulista,
a Libertadores e o Mundial, esse o mais marcante, afinal é para muitos a melhor
partida do goleiro até hoje. Ceni tem no
cartel, 18 títulos oficiais pelo São Paulo. Os mais importantes foram as duas
Libertadores(93 e 2005), os dois Mundiais(93 e 2005), os três brasileiros
(2006-2007-2008) e a Copa Sul-Americana (2012). Como profissional, o primeiro
foi a Conmebol de 1994, quando fazia parte do Expressinho, sob o comando de
Muricy Ramalho.
É, será difícil surgir um novo goleiro-artilheiro ou melhor, um jogador
com números tão expressivos que o transforme em MITO.
Parabéns Rogério Ceni e muito sucesso na nova fase de sua vida. Você sempre terá o meu aplauso e com
certeza o futebol jamais deixará de estar presente em sua vida, doa a quem doer.
Até a próxima!
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