E o
campeonato brasileiro está em sua reta final. Até aqui houve erros de
arbitragem, que trouxeram benefícios e prejuízos para todos os 20 clubes
participantes. O problema é que agora, qualquer erro é visto e questionado de
uma forma muito mais acintosa.
Infelizmente
o clássico Flu x Fla teve um momento histórico de aguardar uma decisão do trio
de arbitragem por longos 13'. Para quem não se recorda, o auxiliar Emerson
Augusto de Carvalho, sem titubear, anulou de forma correta o gol do zagueiro
Henrique. Depois foi a vez de Sandro Meira Ricci, assumir que o gol foi legal.
Confusão vai e volta e no fim, afirmam que alguém de fora "soprou"
que a TV mostrou que o gol foi irregular. O árbitro voltou atrás e causou uma
"mancha" na competição, uma vez que o Tricolor entrou com uma ação no
STJD, que prontamente anulou até segunda ordem o resultado da partida.
O
"se" não entra em campo e mesmo assim a dúvida que fica é se caso o
Flamengo não ficasse somente um ponto do líder Palmeiras e o Fluminense com
chance de ir para à Libertadores, o desfecho e valorização seria a mesma?
Ora,
impossível não creditar que o STJD levou em consideração as reclamações e a
cena patética de um presidente de clube do tamanho do Palmeiras pedir a palavra
para reclamar e afirmar que o Flamengo não levará o título na " mão
grande". Isso foi no mínimo deselegante por parte de Paulo Nobre, mesmo
tendo seus motivos em defender o seu clube.
O
curioso é que no final de semana, quem teve o problema crônico do trio foi o
desesperado Figueirense. O time de Florianópolis viu o Palmeiras abrir o placar
numa penalidade "discutível", depois teve que se contentar com um gol
irregular marcado por Jean, no qual entrou com pedido de anulação por erro de
direito, o que foi prontamente negado. Por fim, uma penalidade máxima não
marcada em cima de Rafael Silva. Coisas do futebol? Claro, quem apita e
controla os jogos são seres humanos.
Se
analisarmos os erros e acertos da arbitragem até aqui, sem deixar o
"clubismo" falar mais alto, veremos que o líder se beneficiou em pelo
mais três partidas - Os clássicos contra São Paulo e Corinthians, com dois gols
de forma irregular do zagueiro Mina e contra o Internacional, que teve um
pênalti não marcado a favor.
O
Palmeiras por tudo que fez e se planejou, sem dúvida faz por merecer o título,
se assim realmente for e sim, não podemos esquecer o que a história nos mostra.
O
clube altamente tradicional, campeão e respeitado teve seus momentos de
"seca" após 1976 e precisou virar empresa para voltar a ser campeão.
Através da Parmalat conquistou dois nacionais (93 e 94), três paulistas, dois
torneios Rio-São Paulo, uma Copa do Brasil, uma Copa Mercosul, uma Copa das
Campeões e a Libertadores, título mais importante. Queira ou não a comparação
da empresa italiana como sendo um mecenato é aceitável. A Parmalat contratava
craques da época e mesmo que não haja provas, de certa maneira estimulava ou
manipulava árbitros, entidades e agremiações para ter o investimento de volta. No
fim da parceria o clube atravessou uma nova era de maus resultados, prejuízos e
quedas à série B. O encanto acabou.
Agora
na gestão "Nobre", o ano do centenário quase fica manchado com mais
uma queda. A grana falou mais alto. O presidente é o homem que injeta cada vez
mais dinheiro no clube e banca os poderes dados ao seu diretor de futebol
Alexandre Matos. A dupla pode ser comparada a Caius Mecenas e ao primeiro
imperador de Roma, Otávio Augusto que dava a incumbência a Mecenas para
financiar o que fosse necessário para que a cidade de tijolos se transformasse
em uma cidade de mármores.
Vamos
aguardar os capítulos finais e ver se a "mão grande" beneficiará
nobres ou plebeus, se a conquista de A ou B será mesmo nas quatro linhas. A
certeza que fica, mesmo que "tapem" as evidências, é de que no fundo
não vale a pena torcer e acreditar em credibilidade no futebol brasileiro.
Até
a próxima!
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