quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

CRAQUE O FLAMENGO FAZ EM CASA - Por Rodrigo Curty

E agora foi confirmado. Jorge é mais um prata da casa vendido na Gávea. O Flamengo entende que fez um ótimo negócio com o Monaco(Fra), principalmente por respeitar o desejo do jogador em seguir uma carreira internacional e por receber aproximadamente R$23 milhões de reais. O garoto com certeza deixará saudades.
Ora se considerar que o clube tinha como ideal receber por temporada um valor de R$10 milhões/ano para esse tipo de negócio, então foi uma bela tacada. Vale ressaltar que em 2013, o rubro-negro ganhou menos que R$4 milhões com venda de jogador, menos de R$8 milhões em 2014 e apenas em 2015 superou o desejo dos R$10 milhões com a venda de Samir e no ano passado com Kayke e Wallace juntos. É muito pouco pela grandeza do clube.
Concorde ou não, o fato é que o Flamengo conta hoje com um planejamento exemplar. Aos poucos recupera o prestigio de ser um clube modelo e preocupado em manter a base sempre forte. Tem um CT que "produzirá" com certeza outros grandes jogadores. O que não pode é continuar refém de empresários. No caso de Jorge, esse atende pelo nome de Eduardo Uram, velho conhecido e detentor de outras joias flamenguistas. Uram ficou com 70% dos direitos econômicos do lateral, ou seja, deve estar sorrindo de lado a lado com a venda.
É fato que a situação econômica do país não permite riscos. Agora se é certo que determinado jogador seja uma realidade, e Jorge ao meu ver era um desse casos, por que a precipitação na venda? Por que o Flamengo não segurou um pouco mais, aguardou para ver como o clube se comportará na Libertadores e por ter o lateral sempre presente nas convocações da Seleção de base e agora aos poucos na principal? Tenho certeza que esse valor subiria e até faria um outro clube pagar a multa rescisória que sinceramente nem sei por que existe se não se cumpre à risca.
Hoje o gerente de futebol do Flamengo é o ex-zagueiro e prata da casa Mozer. É ele um dos responsáveis em fazer a velha máxima de "craque o Flamengo faz em casa" ressurgir de vez. Há 35 anos, esteve ao lado de muitos craques e assim permaneceu por anos, ganhando tudo que uma agremiação disputava e desejava. Bons tempos aquele que não só o Flamengo, mas outros grandes do país podiam contar e seguiam sem se preocupar com as transferências de belos jogadores para o mundo. Os clubes perdem cada vez mais a identidade. Os torcedores pouco sabem quem veste ou não mais a camisa do time. Se acostumam a ter um ídolo temporário e torcem por contratações mirabolantes com o "caixa" que entra. É uma pena essa realidade.
No caso do Flamengo, a expectativa da maioria dos torcedores é que outros jovens e, não são poucos subam e ganhem "corpo" na equipe principal. Possam se destacar e serem vendidos para manter a economia "saudável" . Uma outra parte e eu me incluo nessa é que a maioria dos clubes do país consigam manter suas joias e parem de se reforçarem com jogadores medianos da América do Sul. E principalmente, em caso de venda que se cobre a multa rescisória, afinal, lá fora o valor que se comercializa é no mínimo quatro vezes mais de quando sai.   
Vamos aguardar os próximos capítulos e ver quem será a bola da vez com as perdas importantes de seus jogadores. Viva a triste realidade do futebol brasileiro.
Até a próxima!

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