quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

O PESO DA RESPONSABILIDADE - Por Rodrigo Curty

E o sonho do Atlético MG conquistar o título mais importante de sua história acabou. O clima no Marrocos era de festa desde a semana passada. A expectativa do time brasileiro era para encarar o Monterrey(Mex), o que acabou não ocorrendo. Isso pesou demais!
O planejamento bem feito do Galo, as sondagens e boatos de saídas de algumas peças após o Mundial de Clubes, a ida confirmada de Cuca para China, enfim, também pesaram na hora "H".
Se analisarmos a partida, a derrota pode até ser considerada inesperada, mas jamais de forma injusta. O time da casa, o Raja Casablanca valorizou demais sua passagem à grande final contra o Bayern de Munique. Jogou um futebol com bela cobertura defensiva, paciência, toque de bola e rapidez, isso sem falar no preparo físico de uma equipe que anteriormente passou pelo Oakland(AUS) e depois pelos favoritos mexicanos. Mesmo teoricamente mais cansado, mostraram raça e vontade de vencer.
Longe de entender que o Galo não fez o mesmo, porém a armação tática foi errada, nada deu certo, era erro em todos os setores e faltou aquela vontade de correr os riscos e pressionar. Os laterais falharam em vários contra-ataques, Victor fez defesas, diferente do arqueiro marroquino que contou com sorte ao ver as bolas, principalmente de Jô rasparem sua trave. 
Depois de 2010 quando um outro time africano, no caso o Mazemb eliminou o Internacional, muitos não acreditavam na proeza deste continente novamente, só que hoje os deuses da bola mais uma vez se fizeram presentes.
É bem verdade que o Atlético chutou muito mais, a questão é que nenhum com perigo para Khalid Askri, que diga-se de passagem conta com históricos de bizarrices. Perdeu a partida porque menosprezou os marroquinos? Jamais, perdeu porque respeitou e valorizou demais o jogo que antecedia a grande final. O Galo tinha que mostrar sua grandeza ao invés de se colocar no mesmo patamar e controlar melhor sua ansiedade. 
Fica a lição de um time que conta com jogadores experientes como Ronaldinho Gaúcho que correu, fez gol, mas esteve aquém do que poderia fazer, e mesmo assim foi ovacionado pelo adversário que levaram até suas chuteiras, isso é respeito por um ídolo e craque como o atleticano. O mesmo pode-se dizer de Diego Tardelli que não se aproveitou das jogadas de velocidade. A jogada de bolas aéreas para Réver, autor da penalidade no segundo gol do Raja e Leonardo Silva não surtiram efeito. Os volantes Pierre e Josué foram dominados pelo meio marroquino. 
Agora é levantar a cabeça, saber que o sonho pode voltar a ser possível, desde que o abalo emocional não se faça presente como no Internacional, que desde 2010 nunca mais foi o mesmo.Perder de 3x1, gols de Iajour, Moutaouali e Mabide, representa muito mais na torcida, nos milhares que estiveram na brilhante Marrakesh, e assim deve ser considerada nos mais de 100 do time mineiro como a maior tragédia, mas calma lá, a queda à Série B em 2005, entre outras derrotas e jejuns para seu maior rival Cruzeiro também têm o seu peso. 
Essa eliminação não será esquecida tão cedo. É recente e cobrará do Galo uma prova de que é um time grande e que merece respeito. Será necessário provar que o plantel tem poder de reação, afinal só perde quem joga, mas só ganha quem tem competência e atitude na hora que se pede, e hoje isso infelizmente faltou em sua essência ao Galo mineiro que teve como sina no ano a questão do sempre acreditar. Agora é ver como lidar com o inacreditável.
Resta lutar e trazer para o Brasil o terceiro lugar. O adversário será a equipe chinesa do
Guangzhou Evergrande, que diga-se de passagem até que em certos momentos seguraram os alemães, que diferente do Galo tiveram calma e sabiam que na hora certa o jogo encaixaria. É aguardar para ver o que ocorre nas duas partidas de sábado.
Até a próxima!

 

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