terça-feira, 22 de julho de 2014

UM CONTO DE FADAS - Por Rodrigo Curty

A Seleção Brasileira apresentou nessa manhã seu novo treinador. Trata-se de Carlos Caetano Bledorn Verri , o Dunga. Isso mesmo, após passagem no comando da Amarelinha no período de 2006 a 2010, demissão, números positivos, apesar da eliminação nas quartas de final, na Copa da África do Sul contra a Seleção da Holanda por 2x1, ele está de volta, e com a esperança de fazer o Brasil viver novamente um conto de fadas com final feliz.
De lá pra cá o que se viu na Seleção Brasileira foram velhos conhecidos nos mais variados departamentos, empresários à frente de todas as convocações, títulos e promessas não cumpridas. Antes de falar sobre o novo comandante, é justo que se diga que os antecessores Luis Felipe Scolari e Carlos Alberto Parreira tiveram seus ótimos momentos, e saíram talvez, pela porta dos fundos por não terem tido a humildade de reconhecerem que falharam desde a convocação. 
O futebol brasileiro, seja ele na Seleção ou em clubes não tem a cultura da manutenção de treinadores, após fracassos. Raras exceções como a de Telê Santana no comando de 82 e 86, enfim, o curioso é que as mudanças exigidas pela maioria não deve ser apenas em esquemas táticos, atitude e emocional controlado. Na verdade o maior problema do futebol nacional, ao meu ver é a CBF. Lá é que deveria ter uma "faxina". Deveria ter o comando de pessoas que conhecem o futebol, que fazem um papel de gestão contínua e não para se tirar vantagens. Limpar a comissão técnica não é a solução ideal, mas é o que temos para o momento.
Dunga está de volta e com ele algumas dúvidas que podem atrapalhar sua nova jornada. O tempo passou e de lá para cá foi realizado apenas um trabalho a frente do Internacional, onde saiu mesmo estando em 5º lugar do Brasileirão. Sou a favor de treinador rodado, experiente, de pulso forte e com conhecimento para colocar em prática o que acredita ser o melhor com o que tem nas mãos. Problemas com a imprensa, relacionamento aberto com jogadores, se teremos futebol arte, mescla de idade no comando, entre outras coisas não dá para saber ainda. O que acredito é que gostem ou não, Dunga é um cara sério, honesto, fala o que pensa e é um líder nato. Precisa apenas é se policiar, ser mais maleável, menos dono da razão, aceitar as críticas e lidar com elas e, sinceramente eu acredito que já tenha entendido e que trabalhe diariamente isso.
Se Dunga dará certo somente o tempo irá dizer, mas para quem gosta de números o dele na Seleção, que nos últimos 25 anos teve 11 treinadores diferentes, o saldo é positivo, afinal o aproveitamento foi de 76,7%, ficando atrás apenas de Mario Jorge Lobo Zagallo com 80,2% e Felipão com 77,3% na primeira passagem em 2002, quando conquistou o pentacampeonato.
Foram nos quase quatro anos de comando 58 partidas, sendo 40 vitórias, 12 empates e apenas seis derrotas. Sua Seleção com a "garra" exigida marcou 119 gols e sofreu apenas 41. Com Dunga a Seleção conquistou a Copa América 2007 e a Copa das Confederações 2009. 
Independente de gostar, aceitar ou não esse retorno, eu preferia ver a mudança de conceito no time brasileiro. Nada contra nossos treinadores, até temos bons nomes que poderiam assumir ao invés de Dunga, mas a mentalidade dos responsáveis pela gestão do nosso futebol em achar que somos o país do futebol,  é no mínimo engraçada. 
Um treinador estrangeiro seria interessante. Mudar culturalmente a maneira da Seleção jogar, aplicar treinos exaustivos de esquemas táticos, bolas paradas, adversidades, enfim é fundamental. É torcer para que Dunga possa fazer isso com sua comissão ainda sem a formação completa. Desejo sorte e que o futebol brasileiro possa resgatar aquele medo que causava nos adversários desde o momento que entrava em campo, mas confesso que acho neste primeiro momento algo difícil de ocorrer, uma vez que a CBF não muda.
Até a próxima!

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