quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

FIM DO NORTE E NORDESTE - Por Rodrigo Curty


O futebol brasileiro aos poucos se encaminha para se transformar em campo o que vimos no final das eleições para presidente nesse ano. Uma categoria repleta de preconceitos e discriminações.
Apesar do país ser enorme, as condições precárias principalmente nas regiões Norte e Nordeste nos trazem o cenário atual no esporte Bretão.
Ora, se analisarmos, entenderemos que o torneio de pontos corridos surgido em 2003 veio para ficar e mesmo com as controvérsias possui a fórmula mais justa, uma vez que os times se enfrentam em turno e returno. Porém, ao mesmo tempo nos leva a pensar até que ponto isso será benéfico para os clubes fora do eixo RJ-SP-MG e sul do país.
Mesmo que passe desapercebido, aos poucos os times de outras regiões do país saem do que é considerado elite do futebol brasileiro.
Hoje temos apenas o Sport Recife, Bahia e Vitória fazendo as honras. Por fora vem o Goiás. É muito pouco se considerarmos a quantidade de agremiações importantes nessas regiões. Dificilmente veremos equipes como Fortaleza, Ceará, América RN, Santa Cruz, Náutico, Atlético GO, entre outras juntas na série A, o que nos dá a certeza que a tendência é que nos próximos cinco anos não teremos mais do que quatro representantes.
Se os clubes das regiões mais evidentes passam por dificuldades financeiras e de planejamento, o que dirá os de lá? Pois é, a hora é de se reestruturarem o quanto antes como fizeram os clubes do Sul que hoje comem pelas beiradas e ocupam grande participação na série A. O Joinville foi o campeão da série B, o Avaí o quarto colocado.
Nesta edição é bem provável que a situação se agrave, pois a dupla Ba-Vi deve retornar à série B. Assim teríamos um Brasileirão de 2015 formado com oito equipes do Sul, cinco paulistas, três cariocas, dois mineiros, um do Centro Oeste e apenas um do Nordeste.
Para muitos isso seria maravilhoso, afinal o futebol brasileiro precisa se elitizar, mas calma lá, lembre-se do preconceito e jamais se esqueça que o Norte e Nordeste oferece muito mais renda aos estádios do que qualquer região do país. O povo de lá é teoricamente muito mais apaixonado e fiel com o seu clube de coração.  
Esse cenário me faz pensar que em um futuro não muito distante surjam outros tipos de torneios e que os tão admirados mata-matas ocorram também no Nacional, nem que seja com uma adaptação aos pontos corridos. Se a adequação se desse com um calendário justo, humano e rentável, eu seria um que aprovaria no ato.
Até a próxima!

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