quarta-feira, 8 de março de 2017

O FLAMENGO E A LIBERTADORES - Por Rodrigo Curty

E hoje mais uma vez o Flamengo estreia em uma Copa Libertadores. O clube tão tradicional, apaixonante, vibrante e que dificilmente deixará de estar entre o céu e o inferno é destaque quando vence e principalmente quando perde. Esse é o custo por ser um gigante, algo que não é exclusividade, porém tão pouco parecido quando se tem uma legião, uma nação de 40 milhões de pessoas.
O fato é que a mística do clube que sempre afirma fazer craque em casa, curiosamente estreará hoje às 22h, no Maracanã lotado contra o San Lorenzo sem os tais "meninos" da Gávea.
Ora, o Flamengo há alguns anos, desde o primeiro mandato de Eduardo Bandeira de Melo, provou que é possível ter uma administração séria e comprometida. Queira ou não, é bem verdade que o clube colocou no cenário nacional e até mundial, jogadores criados na Gávea. A mística sempre existirá. O rubro-negro sempre será um celeiro de bons jogadores e mesmo que raramente de joias para se chamar de craque.  
O torcedor que entende e elogia o trabalho realizado nos bastidores do clube é o mesmo que ansiosamente espera e cobra por resultados dentro do campo. Os clubes vivem de títulos e não é diferente no importante clube carioca. 
Eu e muitos outros rubro-negros pensam que se o time atual tivesse apenas os jogadores formados no clube poderia ter mais resultado que o atual repleto de jogadores experientes, rodados e com vivência internacional. Será mesmo? Bem, o treinador Zé Ricardo conhece bem a "molecada" e deve saber a hora de utilizá-los, liberando de pressões e queima de etapas. Respeito e espero que esteja fazendo o certo.
O problema é que os últimos bons momentos do clube ocorreu com jogadores que saíram do berço da Gávea. Todo time campeão contava com alguém da base, mesmo que medianos. Se falarmos de competições fora Brasil, como não lembrar de Lê, responsável pela Conmebol de 99. Hoje dificilmente estaria no banco de reservas. É para refletir.
A realidade é que hoje se inicia mais uma história do Flamengo no torneio internacional. Foram longos três anos de espera quando o time acabou eliminado na primeira fase da competição. Essa aliás é uma triste realidade quando se trata de torneios internacionais. Foi assim nas últimas aparições. 
Agora está mais do que na hora do rubro-negro voltar a incomodar e resgatar o respeito dos sul-americanos. Mudar o péssimo retrospecto de um aproveitamento pífio de apenas 52% nas últimas 46 partidas disputadas em seis edições que esteve presente.
O clube não mediu esforços para concretizar o sonho. A equipe como já mencionei é experiente, vai muito além dos talentos estrangeiros. Conta com peças interessantes ao esquema atual como Revér, Pará, William Arão, Diego e Everton. Conta também com promessas da Gávea no banco de reservas. É importante apoiar nomes como o de Leo Duarte, Ronaldo, Lucas Paquetá, Felipe Vizeu e Matheus Sávio. 
Por mais que não haja um favorito na traiçoeira Libertadores, e respeitando a todos os adversários, entendo que um dos principais desafios do Mengão será acabar com o fantasma de tentar ser o Flamengo dos tempos áureos de Zico e Cia, isso não acontecerá, assim como as glórias fantásticas de outros grandes clubes brasileiros. 
Fora isso, o Maracanã precisa urgentemente voltar a ser um grande aliado ao invés de um lugar de tropeços e resultados inesperados como na reta final do brasileirão, que ajudou a culminar com a perda do título. Os adversários precisam sentir que o estádio é mais um empecilho, somado com a massa que canta, empurra e apoia do início ao fim.   
Vamos ver o que o Flamengo tem para mostrar. O que de fato planejou para brilhar na Libertadores que ocorrerá até novembro. Aguardar se provará contar com um time unido, que se respeita e acima de tudo não deseja passar a impressão de ser de "aluguel" e sim que de fato se orgulha em vestir essa camisa de peso para no fim fazer história. 
Essa nova página deve ser escrita sem pressões e no trabalho feito no dia a dia. Trabalho esse que é sério, de pessoas sérias, comprometidas e que acreditam como eu que terá os frutos colhidos na hora certa e discernimento para não voltar para a "crise" no fim de sua gestão.  
Boa sorte para os comandados de Zé Ricardo na busca do sonhado bicampeonato.
Até a próxima!

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