FLAMENGO COLECIONA VEXAMES NO MARACANÃ - Por Rodrigo Curty

E antes que me cobrem, não entrarei no mérito de listar alguns dos vexames que o Flamengo vivenciou no Maracanã, perante sua grande massa. 

O fato é que infelizmente o rubro-negro parece sentir alguma síndrome quando necessita das vitórias que lhe dariam tranquilidade. Engana-se quem pensa que o gosto de "ganhar na dor", e "aprender a sofrer" sejam mantras que valem a pena serem mantidos.

O Flamengo carrega pelo menos desde 2016 a obrigação de levantar uma taça de peso. O tal "cheirinho" insiste em permanecer para alegria dos rivais. Os investimentos são feitos, ora sem muito planejamento, ora para querer dar respostas ao fanático torcedor.  

O fato é que o Flamengo possui sim um dos melhores, senão o melhor elenco do país. O que lhe falta, porém, é um time definido. Abel Braga que se acostumou a fazer milagres com o elenco que tinha nas mãos, quando dirigiu o Fluminense, ainda não encontrou a melhor formação.

A partida contra o Peñarol mostrou isso. Foram a campo o que é considerado de melhor para a temporada no chamado "jogo grande". Ok, essa mesma equipe conseguiu fazer bons jogos no ano, bons, não ótimos e vale cuidado quando se recorda dos adversários e a validade da partida.

O cenário desta quarta-feira era a favor de mais uma vitória perante a torcida. Era somar mais três pontos e praticamente garantir passagem à próxima fase, visto que, a despedida no Maracanã na primeira fase será contra o lanterna San José.

Pois bem, o que se viu foi uma equipe com vontade e muito afoita na última bola. Insistiu em tic-tac sem conseguir furar o bloqueio uruguaio e se quer ter espaço, inspiração de algum jogador e coragem para arriscar os chutes de fora da área. Pelo contrário, o time preferiu esperar um apito de penalidade que em nenhum momento existiu - Libertadores não é regional e tão pouco Brasileirão, é preciso disciplina e planejamento de entender que a vitória em casa é primordial.

E como explicar mais uma decepção com um time tão experiente contra um tradicional e desfalcado? Tem coisas que não há explicação, além daquela que algo dizia que iria dar errado no fim - E deu, após a expulsão exagerada ou não e muito infantil de Gabigol, o time cansou dos chuveirinhos e passes errados de meio metro. Em um desses espaços, quase no apagar das luzes, Viatri, que parece ter entrado apenas para fazer história calou o estádio com mais de 62 mil torcedores. 

Abel não soube mexer no time. Por um momento, pensei que ele faria o que eu quero ver em campo. Diego no lugar de Arão e Arrascaeta minuciando o ataque e com liberdade. Só que o que se viu foi uma alternativa pensada na hora errada. Vitinho sem ritmo no lugar de Arão e caindo pela esquerda, Bruno Henrique de falso camisa 9 com Gabigol na direita e Everton Ribeiro ao lado de Cuèllar.  

Calma, ainda tem tempo e tem jogo pela frente. Se eles venceram aqui, o Flamengo também pode vencer lá. Claro que se olharmos no papel e se tudo der certo, o Flamengo vence as três próximas partidas. O problema é o velho filme de depender de resultados surgir novamente. Sim, o Flamengo ao meu ver tinha que abrir mão da decisão do carioca, caso confirme presença, afinal, o jogo decisivo contra Vasco ou Bangu será no dia 21 de abril e o da vida na Libertas contra à LDU será dia 24. 

Faça a sua aposta. A minha é que a pressão agora aumentou e o amor está em perigo. Agora ou o Flamengo definitivamente mostra ao seu torcedor que a postura e a confiança será outra ou o ano será de mais cobrança do que de paz.

É aguardar para ver.

Até a próxima!