E a bola segue pelos campeonatos regionais. É uma pena que esse tipo de
competição não empolgue como em outras épocas. Se antes a conquista regional
era o que mais valia para o torcedor, as atenções por diversos motivos, entre
eles financeiro e inclusão em torneios sul-americanos se voltam cada vez mais
para o Brasileirão, Copa do Brasil e Libertadores.
Apesar disso é impossível não ver um torcedor que pense diferente. O
torneio não vale nada até que a equipe de coração brigue por título. E ser
campeão regional é sempre interessante, afinal quem não gosta de vencer o
adversário e comemorar mais um título? De qualquer maneira é importante
ressaltar que os clubes não devem se acomodar ao levantar a taça e entender que
está preparado para disputas mais duras e equilibradas.
O início de temporada tem que servir para testes. Ajustar a equipe para o
restante do ano com um time equilibrado, homogêneo e principalmente sem loucuras
é fundamental.
No Brasil o equilíbrio das equipes é enorme, porém o nível técnico infelizmente
não acompanha. Mas a evolução é gradativa, e quem sabe um dia com a formação de
uma Liga onde será determinado o teto máximo que cada clube poderá gastar e ter
em contrato a permanência de seus principais jogadores, que somente sairão com
uma multa absurdamente alta que beneficie o clube formador. Sonho que está
longe de se tornar realidade, mas vamos ser otimistas.
Em 2015 não vejo mais que seis clubes se sobressaindo. Sinceramente sei
que ainda é cedo para colocar o Flamengo nesse sexteto, mas que o trabalho
laboratorial está sendo bem feito, isso ninguém discute. O clube trabalha de
forma organizada, profissional e coerente como há muito tempo não se via. As
contratações pontuais surtem efeito com Luxemburgo no comando.
O rubro-negro com a vitória de 2x0 sobre o Boavista assumiu a liderança do
Carioca, mas não deve se iludir. Ainda longe do ideal, uma vez que o time
demora para engrenar nas partidas e não teve uma grande prova de fogo. O que se
deve avaliar é que as contratações de Pará, Tallyson, Arthur Maia e
principalmente Marcelo Cirino estão dando frutos. O futebol evoluiu e hoje quem
não souber trabalhar alternâncias táticas e tirar de cada jogador todo seu
potencial irá sucumbir. Marcelo Cirino, por exemplo é um jogador que aos poucos
aprende a ser a referência da área rubro-negra. É um falso centroavante, pois
cai pelos dois lados do campo, centraliza e puxa a marcação para os meias
Canteros e Everton virem de trás. O mesmo ocorre quando Eduardo da Silva e
Alecsandro, homens de área entram na equipe. No ano de 2013, o Flamengo tinha
uma equipe que também valorizava a posse de bola e a rapidez de seus meias e
atacantes. Foi assim que conquistou a Copa do Brasil. Paulinho fazia o papel de
Cirino, mas o time jogava para a referência fixa Hernane. O esquema mudou e com
ele a certeza de que o trabalho está no caminho certo e servindo de modelo aos
que buscam o lugar mais alto do pódio. É aguardar para ver se o trabalho dará
frutos.
Até a próxima!
Nenhum comentário:
Postar um comentário