terça-feira, 19 de março de 2013

O VERDADEIRO VALOR - Por Rodrigo Curty

E lá se foi mais um treinador para o banco dos desempregados. Trata-se de Dorival Jr. Apesar de uma campanha regular, repleta de promessas e teoricamente a calmaria para trabalhar, tudo indica que o fator financeiro pesou.
Infelizmente a profissão de treinador não é algo seguro, mesmo quando se conquista algo. É claro que temos algumas exceções como tudo na vida, mas aqui no Brasil é sabido que a cultura é de mudar o comando quando se bem entender. O ideal para qualquer treinador que se preze seria o de planejar temporadas, desenvolver os projetos de acordo com a situação do clube. Seria o de poder correr riscos, olhar para base com mais calma do que precipitação para evitar um lançamento precoce. O fato é que técnico bom ou ruim independente de sucesso à frente de uma equipe caí a todo momento.
Longe de querer defender o trabalho do ex treinador rubro-negro, mas justiça seja feita. Honesto, trabalhador e homem de colocar a cara a tapa sempre se fizeram presente nas 37 partidas que esteve a frente com 15 vitórias, 12 empates e 10 derrotas. O problema então não foi profissional e sim financeiro. O clube alega que com sua saída, os cofres se beneficiarão com mais de um milhão de reais. Absurdo pensar que por melhor que seja um treinador, salários astronômicos ainda se fazia e se fazem presentes em muitos clubes.
Mas de volta ao rubro-negro. A política de pés no chão é muito bem vista. O orçamento e saúde financeira do clube exigiam isso há muito tempo. Desta forma quem chegou para ser não o salvador da pátria, mesmo porque, por mais difícil que seja, a maior torcida do país terá que ter paciência e jogar junto é o ex-jogador e ídolo Jorginho que não terá um grande elenco nas mãos. 
De certa forma, o ex lateral tem uma curta história na carreira de comandante. Chega humilde e reconhecendo que um clube com a chancela do Flamengo não será permitido "viagens", invenções, papos de igrejas para quem não tem o viés para isso. Isso sem falar que bater de frente com A ou B é assinar um termo de vida curta. 
Por outro lado a sabedoria dos tempos de jogador, o entendimento da linguagem quando a corda apertar, a união do grupo na hora que tiver que entender que o clube é maior que qualquer um será fundamental para essa nova era do clube da Gávea. 
Jorginho já fez seu segundo treino e desbancou de cara nomes como o de Alex Silva, Ibson e a promessa Rodolfo. A aposta em Renato Santos na zaga, Renato Abreu no meio e em outra promessa no ataque, Nixon pode ser mantida para sua estreia.
A mescla é interessante. Jogador sabe que técnico que se arrisca contra tudo e contra todos merece respaldo, mas jamais se deve esquecer que um time de onze também pode virar um de três, ou seja grupos que jogam por esse ou aquele. Isso é algo inadimissível em clubes de expressão.
Se Jorginho for inteligente seguirá no comando com a característica de jogar junto, como fez Andrade na histórica arrancada de 2009, ou seja, era o comandante mais tudo levava a crer que dividia as opiniões, provava que o seu esquema, elenco titular, estratégias eram as mais viáveis, porém ouvia jogadores experientes que entendiam outra fórmula e bancavam para girar a roda e no fim fazerem todos vibrarem. O problema é que o sucesso e a obrigação de provar que tinha que ter pulso e ser um treinador de imposição acabou decretando a sua demissão. Jogador é assim, faz o que é passado, mas cobra a tal regalia quando bem entender pelo dever cumprido.
Por isso, o verdadeiro valor de um treinador é o de saber dosar a rigidez, o pulso firme e, principalmente elenco na mão, caso contrário as chances de triunfar vão por água abaixo.  Este é sem dúvida o maior desafio de Jorge de Amorim Campos.Boa sorte para ele.
Até a próxima!

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