E Minas está em festa com as cores de seus principais clubes. Se no
domingo as ruas se enfeitaram de azul e branco com o tetracampeonato do
Cruzeiro, ontem foi a vez da cor mudar para o preto e branco do Atlético MG.
O Galo conseguiu o feito inédito e levantou a taça da Copa do Brasil sobre
seu maior rival. Na primeira partida, a vitória de 2x0 deu muita tranquilidade
para a partida de volta, mas para quem esperava ver um Cruzeiro valente,
ofensivo, sufocante e provando que era possível reverter o placar, viu um
Atlético perfeito taticamente, veloz, disposto a ser campeão. A ressaca do
título nacional não esteve somente no campo, mas também nas arquibancadas, que
diga-se de passagem com vários espaços, o que é no mínimo lamentável, assim
como o preço do ingresso cobrado.
A partida ficou aquém das expectativas, mas os comandados de Levir Culpi
poderiam sair na primeira etapa com pelo menos três gols de vantagem, porém
pararam na boa fase do goleiro Fábio e na falta de pontaria de Dátolo e
Tardelli, que para evitar qualquer crítica fez o gol da vitória no final da
primeira etapa e enlouqueceu os poucos e fanáticos torcedores presentes no
Mineirão e milhares no estádio Independência que assistiam por um telão.
No segundo tempo o jogo parecia mais começo de temporada, o Cruzeiro
errando muito, insistindo nas bolas aéreas e o Galo só administrando e jogando
no contra-ataque.
O título foi mais do que merecido. O Atlético é na minha opinião o time
que mais encanta no país. Joga o fino da bola. Busca a todo momento o gol, se
adapta taticamente de acordo com o adversário, conta com muita velocidade e
toque de bola. A campanha se não foi maravilhosa no início, ganhou proporções a
partir das quartas de final, quando aplicou virada histórica de 4x1 para cima
do Corinthians e depois repetiu a dose sobre o Flamengo. Faltava a cereja do
bolo. Levantar o título inédito só tem esse peso todo porque foi em cima do
maior rival, que de quebra teve a faixa do Brasileirão carimbada.
Apesar de ver a tríplice coroa escorrer pelas mãos o Cruzeiro também
merece o nosso respeito. Provou ser um grande time do Brasil, homogêneo e
valente, porém muito cansado emocionalmente e fisicamente. Poderia ter
valorizado mais a conquista atleticana que agora se planeja desde já para
buscar mais uma Libertadores. Resta sabermos se jogadores como Victor, Marcos
Rocha, Leonardo Silva, Dátolo, Tardelli e Luan permanecerão ou se desmontarão a
espinha dorsal. Olho neles novamente no ano que vem.
Parabéns ao futebol mineiro pelo exemplo que dá aos outros estados. A
torcida é para que os grandes clubes do país possam se espelhar e fazer
urgentemente a mudança de gestão, estrutura e profissionalismo. De 2011 para
cá, a dupla mineira se reinventou e sinceramente sem nenhum dificuldade. Foi só
pensar grande e fazer o básico para chegarem ao topo.
Até a próxima
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