sábado, 8 de julho de 2017

VASCO E FLAMENGO DEVERIA SER SÓ FUTEBOL - Por Rodrigo Curty

E um dos clássicos mais tradicionais do país, infelizmente terminou de forma trágica, vergonhosa e para não ser esquecido. Quando digo não ser esquecido, é por torcer, que de uma vez por todas, a justiça seja feita.
O tradicional jogo chamado de "clássico dos milhões" tinha tudo para ser apenas futebol, mas não foi. A rivalidade novamente deixou de ser apenas no campo e se transformou em uma batalha dos derrotados. E olha que não é exclusividade no Rio de Janeiro. Em grandes centros como São Paulo e Belo Horizonte, as autoridades não permitem clássicos de duas torcidas, o que convenhamos é lamentável e uma prova da falta de competência por parte dos organizadores. 
Ora, os estádios sempre ficam mais belos, quando divididos. As gozações, as comemorações de jogadores com sua torcida, a vontade de uma equipe derrotada em casa reverter na casa do adversário, disse adversário e não inimigo. Esses deveriam ser os ingredientes.
E olha que a partida tinha seus ingredientes apenas no fator campo - De um lado um Cruz-Maltino em uma nova fase e buscando se afirmar de vez na competição. Do outro, um Flamengo ainda sem dar o espetáculo esperado pela sua torcida, porém mais equilibrado e aparentemente nos eixos sonhados por Zé Ricardo.
O primeiro tempo foi pegado, ruim tecnicamente e cheio de faltas. As duas equipes não conseguiam criar. Veio a etapa final e a qualidade e diferença técnica do rubro-negro se fez presente. Pressionado desde o início, o Vasco achou o seu gol, que corretamente foi anulado, uma vez que Luis Fabiano na jogada anterior entrou forte em Léo Duarte e só não foi expulso por Daronco, porque este não teve pulso para dar o segundo amarelo, como não teve, quando Guerrero acertou anteriormente o zagueiro Rafael Marques na boca. O árbitro amarelou literalmente com sua farda amarela.
Daí para frente foi a vez de Diego perder um gol cara a cara com Martín Silva e do camisa 7 da Gávea aparecer. Éverton Ribeiro driblou com classe o lateral Henrique e cruzou na cabeça de Everton para o placar ser aberto. Ficou assim até o final. O Flamengo, pelo menos até amanhã seguirá na segunda colocação com 23 pontos e o Vasco na sexta com 16 pontos.
Quem dera, pudéssemos parar por aqui, mas a segunda derrota dos comandados de Milton Mendes em São Januário foi catastrófico. Cenas lamentáveis da torcida vascaína quebrando o próprio patrimônio, jogando rojões, bombas e objetos na direção da polícia militar, além de aterrorizar ambulantes e "torcedores do bem", que na confusão tiveram que se salvar, através das janelas das cabines de rádio. Os jogadores do Flamengo não saíram tão cedo do gramado e sofreram com o gás pimenta.
A guerra seguiu no entorno do estádio, entre grupos de torcedores vascaínos e da polícia militar. Haja garrafas, pedras, munições e bombas de efeito moral pelas ruas.
O presidente do Vasco, Eurico Miranda assumiu a coletiva para pedir desculpa pelas cenas. Sinceramente, pela arrogância em afirmar que o estádio é seguro, que havia pedido à polícia que o clássico fosse realizado com torcida única, não justifica a falta de organização e falta de segurança. Porém é aceitável que tenha declarado que o incidente estava premeditado, em caso de derrota, como o quase ocorrido, na derrota para o Corinthians. Ora, se o presidente já tinha essa ciência, por que então não se antecipou? 
E sejamos realistas. A partida de volta provavelmente será na Ilha do Urubu, pergunto: Um derrota rubro-negra será levada na boa ou terá a mesma repercussão? O país está um caos em todos os setores e, enquanto houver impunidade, tudo é possível. 
Vamos aguardar para ver se essas cenas mais uma vez terminarão impunes, assim como seus protagonistas. Sou a favor de uma pena muito pesada, seja com o Vasco, seja com qualquer outra agremiação. Os clubes devem ter o controle de quem entra e saí de seus estádios, caso contrário, precisam pagar o "pato", perdendo pontos, mandos de campo e até ausências de competições.
Até a próxima!

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