quinta-feira, 23 de novembro de 2017

DRAMA RUBRO-NEGRO - Por Rodrigo Curty


Apita o árbitro, é fim de jogo no Maracanã. Depois de uma partida bem nervosa, gols perdidos, tristeza, aplausos, vaias e desconfiança, no fim das contas para o Flamengo a vitória de 2x1 de virada contra o bom time colombiano do Junior Barranquilla, em partida válida pelo primeiro duelo da semifinal da Copa Sul-Americana deve ser bastante comemorada. 
O rubro-negro entrou focado em campo com surpresas na escalação. Mancuello fez às vezes de Everton, que diga-se de passagem, fez muita falta no setor. Ok, quando o Flamengo joga com os pontas abertos, fica um time óbvio, porém consegue abrir uma defesa tão compactada e tão bem na marcação como esse adversário, que ao meu ver é a melhor equipe das quatro que buscam o título.
O fato é que no futebol a competência sempre será fundamental. Não importa ver um time chutar 20 vezes contra a outra que chutou menos e perder. Tem que ter frieza, concentração e fazer logo o resultado. O Flamengo tentou isso e mereceu aos trancos e barrancos, como nos velhos tempos de que o torcedor não esperava mais nada de positivo, inclusive com direito a um golaço de Felipe Vizeu, jogador com holofotes em cima, por causa das desavenças com Rhodolfo na última partida. Coisas do futebol. Sim, o que menos se espera acontecesse também de forma negativa - o goleiro Diego Alves teve uma fratura na clavícula e com isso, mais uma vez, apareceu Muralha para desespero da Nação. 
O apoio não faltou, só que os gritos com o nome do goleiro ao meu ver entusiasmou demais. Quando a estigma é forte não há reza que dê certo. Com menos de 1' em campo, veio o gol dos colombianos. Vamos combinar que a falha foi geral do setor defensivo e não apenas do goleiro que permitiu que a bola passasse sobre seus braços.
Deve ter vindo na cabeça de Muralha, o período de 57 dias da perda do título da Copa do Brasil, onde foi execrado por não ter pego nenhuma penalidade cruzeirense e ainda por cima o fez perder a confiança. Ali, talvez fosse o momento para negociar com outro clube.
Bem, não foi o que ocorreu, talvez porque, assim a diretoria deixaria escancarado que falhou nas contrações e planejamento para a temporada. Só que agora? O que deve ser feito pela cúpula rubro-negra? O regulamento da competição permite contratar um goleiro em caso de lesão. Valeria a pena fazê-lo ou correr novamente o risco de bancar o goleiro?
Eu penso quem duas coisas: A primeira é o que imagino - O ambiente está conturbado, cabeças vão rolar após a temporada, aconteça o que acontecer. A gestão sofrerá graves consequências da torcida. O time por mais que diga estar unido, ainda gera dúvidas. Falta química, tranquilidade e confiança. Mesmo assim deveria ter essa união e todos jogando por todos até a última gora de sangue. Fazer o jogo do ano.
Por outro lado, vem a necessidade absurda de triunfar. Fazer valer o que foi planejado, certo ou errado. O Flamengo é e sempre será maior do que quem o serve. Esquecer as vaidades e correr riscos pode ser interessante na atual conjuntura - Trazer um goleiro, desde que experiente para tapar essa lacuna na partida de volta e posteriormente ter a chance de levantar a taça pode ser válido, desde que haja consentimento de todos, principalmente de Muralha, que está emocionalmente abalado e que entrará, caso seja o titular muito preocupado em não errar. Nessa noite ele errou e quase comprometeu novamente. Corre o risco de acabar de forma lamentável a sua carreira. De entrar negativamente para a história do clube. Agora seria fantástico ele conseguir o improvável, calar todos e retomar a sua auto-estima. 
Haja coração para o já sofrido torcedor do Flamengo. Que dúvida cruel. Vale queimar um novo garoto? Isso também seria muito ruim. Pena o Thiago está em recuperação e Gabriel precisar de mais rodagem para a tal missão. O jogo na Colômbia será uma pedreira, seja lá quem for o goleiro. O fato é, se o time experiente fazer valer o que se espera dele, mesmo tomando gol, no final quem sabe não garante a vaga na decisão? O problema é que isso não parece ser o que veremos. O cenário hoje é de um massacre com Muralha no gol. Agora como rubro-negro fanático, o que se espera é a vitória na adversidade, o cala-boca quando se menos espera, o despertar de um gigante, será? É aguardar para ver o que rola até 5ªfeira que vem, e após o apito final. Boa sorte Mengão, aonde e como estiver, estarei.   
Até a próxima! 

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