quarta-feira, 18 de abril de 2018

FLAMENGO LONGE DE SER FLAMENGO - Por Rodrigo Curty

E mais uma vez um clube abriu as portas para que a torcida pudesse acompanhar os treinos. Assim como recentemente Corinthians e Palmeiras fizeram, agora quem pode sentir o apoio e a energia positiva no gramado foi o Flamengo.
O rubro-negro, aliás falha nesse quesito. A massa, a verdadeira Nação está fora dos planos para acompanhar o clube aonde quer que ele vá. Sim, o plano de sócio-torcedor não atende a este público carente e apaixonado pelo Mais-Querido do Brasil.
É claro que esse é um fator importante não apenas ao Flamengo, como para outros clubes do país. Falo do fator financeiro, e olha que na Gávea, a cada mês o número de sócios caem, devido aos resultados no campo. O time precisa fazer por onde para manter os altos custos pagos pelo torcedor "elite", principalmente nos ingressos das partidas.
E convenhamos, isso não justifica ser mantido no formato atual - A receita com ingressos é pífia, a presença da torcida pior ainda. Será que não vale ter um estádio lotado com ingressos no máximo a R$30,00, do que manter menos de 10 mil expectadores, pagando um valor entre R$80,00 a R$250,00? 
Se isso não fosse verdade, como explicar que apenas parece dar certo quando o Flamengo joga de forma itinerante pelo Brasil afora? Brasília e o Nordeste, com todo respeito não é a casa do Flamengo. Esse tem que jogar no Rio de Janeiro e respeitar a realidade do Estado ao invés de se comparar com quem lucra e muito com bilheteria - casos de Palmeiras e Corinthians, por exemplo.
É bem verdade que aparentemente, o presidente Eduardo Bandeira de Mello, no quesito financeiro faz uma boa gestão. Saberemos se isso é um fato ou não, após a sua saída do cargo no final do ano. As parcerias parecem saudáveis, só que ao mesmo tempo os custos que o clube administra são altos, entre eles o aluguel do Maracanã e altíssimos salários. 
Dessa forma, então se justifica manter nas arquibancadas apenas o torcedor flamenguista que têm um poder aquisitivo mais alto? Isso não seria preconceito com os "verdadeiros" rubro-negros, aqueles que vendem o almoço para comer a janta? E por que não pensar em ceder um espaço do estádio para que esse também possa estar presente? Ora, isso aumentaria a receita e não elitizaria tanto um clube denominado do povo.
Longe de querer criticar, apenas avalio a falta que faz no estádio "aquele torcedor" que não para um segundo de cantar, seja com o time ganhando ou perdendo. A prova está aí. Ontem o Maracanã esteve lotado, mais de 50 mil torcedores, muitos pela primeira vez e que imploravam por menores preços nos ingressos, que doaram alimentos, como doam o amor e cumplicidade ao clube. 
Assim, insisto, está mais do que na hora da diretoria entender que o Flamengo tem a sua maior força na torcida e não nos investimentos. Que craque, é fato que o clube faz em casa e por isso, não tem essa necessidade e muito menos obrigação de trazer jogadores consagrados em outros clubes, que não conseguem render o esperado e muito menos conseguem ter uma identidade. 
Para chegar ao ponto máximo e voltar a ser respeitado é preciso valorizar isso - veja o rendimento das divisões sub-15, 17, 20 anos - sempre vencem e deixam à disposição uma "molecada" boa de bola, que mal conseguem chegar a divisão profissional, por serem negociados ou pela falta de "patamar".
É sabido que hoje a realidade é essa atual e sim, essa temporada tem tudo para a história ser diferente e positiva. Para isso, penso ser importante resgatar esse elo com o "povão" e fazer disso, a locomotiva para empurrar o elenco que é forte em suas batalhas. Ajudar a fazer medíocres se consagrarem, jogos que parecem impossíveis serem vencidos e de uma vez por todas, fazer valer a mística da camisa rubro-negra.
Repito, o Flamengo está longe disso porque não encontra a sinergia e porque vacila em compras e vendas de jogadores. O caso agora de Everton é uma prova disso. Longe de entender que o clube esteja perdendo um craque, só que perde o "cara" mais importante para o esquema de jogo, e o que se entregava até o final. Que isso sirva de alento aos outros que possam assumir a vaga deixada.
E mais: quem sabe, de uma vez por todas fazer o Flamengo jogar como a massa, mesmo que longe dos estádios, espera e se encanta -  Raça, amor e paixão é o que não só esse, mas também os "elites chamados de nutellas", que pagam a conta esperam nesse Brasileirão, Copa do Brasil e Libertadores. 
Faça a sua aposta e até a próxima!!


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