terça-feira, 29 de maio de 2018

BRASILEIRÃO OU BRASILEIRINHO - Por Rodrigo Curty

E o Brasileirão 2018 segue bem equilibrado. A diferença do primeiro colocado, o Flamengo para o 10º, o Cruzeiro é de apenas quatro pontos. Essa campanha, em relação a pontos conquistados, só não é pior do que a de 2003, quando o Criciúma também somou nas primeiras sete rodadas os 14 pontos, porém com um saldo de gols pior do que o atual pertencente ao time carioca.
Agora, que diferença faz esse tipo de retrospecto? Bem, ao meu ver, vale apenas para analisar o tipo de campeonato quer se disputa no país. 
Longe de querer comparar com os também "valorizados" torneios europeus, como Espanhol, Francês, Italiano, Alemão, etc. Sinceramente, com exceção da Premier League, esses outros contam somente com duas ou no máximo três equipes disputando até o fim o título. 
Dessa maneira, não seria nenhum erro afirmar que tecnicamente também são campeonatos fracos. A diferença é que os considerados jogos ruins de lá, são melhores do que os nossos aqui, mesmo quando se tem um time com certa grife em campo. 
O Brasileirão é bem fraco tecnicamente. As razões não são poucas para esse ser chamado de Brasileirinho - Basta avaliar a quantidade de passes errados, a falta de oportunidades de gols nas partidas, a escassez de mudanças táticas, erros de arbitragem em excesso e a valorização pelo posse de bola.
Hoje os times se preocupam mais em questionar que perderam por erro disso ou daquilo do que assumir as falhas técnicas. Uma pena que seja assim, a cultura enraizada.
E como se não bastasse tudo isso, a pergunta que sempre fica é porque as equipes mais qualificadas ou de maior poder financeiro não conseguem se sobressair a outras que tiram "leite de pedra"? Ora, imagino que uma das grandes razões é o nosso péssimo calendário.
Por exemplo, o Atlético MG com o elenco que tem e um time relativamente bem montado, tem grandes chances de se dar bem no torneio. O motivo é simples, é o campeonato que lhe resta. 
Já Flamengo, Grêmio, Palmeiras, Corinthians e Cruzeiro, os considerados favoritos, terão que administrar também a participação na Libertadores e Copa do Brasil. Aqui a grande missão, fazer do elenco um poder de fogo para conseguir ter duas equipes equilibradas. Infelizmente quase nenhum consegue isso, seja por falta de tempo, seja por não implementar no planejamento, quem será quem na temporada. Se o jogador soubesse qual competição jogaria e se o clube colocasse esse grupo para treinar separado, acredite, daria muito certo, independente de quem seria o considerado time A ou B.
E o que vemos? Treinadores "inventando" a roda, trocando jogadores sem nenhuma lógica e os times desentrosados perdendo pontos importantíssimos, que poderão fazer falta no final do ano.  
Vamos aguardar e ver o que vai dar. Até a paralisação para a Copa do Mundo, poderemos ter mudanças na liderança ou certa vantagem sendo construída, após ela, uma quantidade surreal de partidas e a expectativa de quem trabalhará melhor o elenco para seguir vivo nas competições presentes. 
Viva o valorizado e bagunçado calendário brasileiro.
Até a próxima!!

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