domingo, 17 de junho de 2018

BRASIL ESTREIA COM EMPATE NA RUSSIA - Por Rodrigo Curty

A Copa da Rússia mal começou e as seleções consideradas favoritas para a grande maioria decepcionaram  até aqui.
O Uruguai venceu no apagar das luzes, a Espanha sucumbiu contra a seleção Cristiano Ronaldo, Messi e sua Argentina desorganizada ficou no empate com a estreante Islândia. A França, graças o VAR venceu a Austrália. Mesmo assim, a pior de todas foi a Alemanha que viu o México fazer 1x0 e conseguiu segurar uma certa pressão.
E o Brasil? Pois é, a minha expectativa era de que a partida contra a Suíça seria amarrada e decidida em detalhes. E foi o que aconteceu. A Seleção Brasileira provou ser realmente burocrática e que definitivamente jogará nessa Copa por resultado e não para encantar.
Bem, basta avaliar os primeiros 25' e ver se tenho ou não razão. Os comandados de Tite dominaram as ações, tocavam bem a bola e conseguiram marcar um golaço à "Lá Brasil " com Philippe Coutinho. 
Depois disso prefiram fazer o toque pra lá e para cá e ficar administrando o tempo forçando as faltas. Neymar que o diga -  O craque brasileiro foi bastante marcado e valorizou demais as faltas sofridas - foram 10 no total e que causou três cartões amarelos aos suíços.
O time europeu é enjoado e joga por pequenas oportunidades. Foi assim, que no início da segunda etapa marcou o seu gol de forma irregular. Sim, houve um empurrão nítido no zagueiro Miranda. Só que sejamos sinceros - esse tipo de lance e até piores ocorrem sempre nas bolas paradas. A experiência de Miranda deveria prevalecer. O zagueiro tinha que cair ou ter levantado os braços para reclamar. Só que nem ele, e nem ninguém na hora fez isso. Fizeram apenas depois de ver o lance no telão. 
Aqui dois pontos: 
1 - Eram sete jogadores brasileiros no lance do gol. Marcação falha, espaços na área e Alisson sem fazer o papel de um arqueiro nesse tipo de jogada -  a pequena área é sempre do goleiro. Ninguém acompanhou Zuber.
2 - O lance foi na frente do árbitro que mesmo convicto que "lances" assim sempre ocorrem, deveria ser auxiliado pelo árbitro de vídeo. O responsável devia estar "dormindo" ou no "banheiro" na hora do gol. A dúvida é -  Então até que ponto vale ter o VAR se ele não for usado nesse tipo de lance? Por que vale para uns, como para França e não para outros como o Brasil?
Após esse lance imaginei que a seleção iria se impor e forçar a saída de bola no campo adversário. Que voltaria a ter o toque de bola e arriscar mais de fora da área. De certa maneira até fez, só que de maneira desorganizada e ansiosa. 
Antes que me cobrem, houve outra polêmica -  o pênalti não marcado em Gabriel Jesus. É claro que ele foi abraçado e tocado embaixo, só que esse se esqueceu que Copa não é Brasileirão. O atacante do Manchester City já deveria saber por jogar na Inglaterra que não basta cair para vibrar e sim saber cair. Ele poderia ter seguido na jogada ou cair para a direção certa. Veja uma das câmeras e verá o salto exagerado para o lado oposto. 
De qualquer maneira o árbitro de vídeo mais uma vez deveria ter sido acionado. Assim ou o pênalti seria marcado ou Jesus seria punido por ludibriar a arbitragem, e que convenhamos não chegou nesse ponto. 
Tite tentou mudar o esquema, só que o banco não permiti isso. O Brasil não possui meias de criação e sempre veremos uma troca seis por meia dúzia. Numa delas, a troca foi boa, Firmino fez mais que Gabriel e quase marcou o gol da vitória. 
Se é o que temos para o momento vamos ter fé e entender que não foi exclusividade da seleção em estrear mal. Amistoso é amistoso e Copa é Copa. 
Não tenho dúvida que o Brasil crescerá na competição, só que para isso, como diz a moda atual " deverá saber sofrer e sentir a dor" ao invés de lamentar e falar dos "ses" que surgem. Um time de qualidade consegue vencer contra tudo e todos e encarar as adversidades e possíveis "ajustes" e "conspirações".
Assim como em qualquer torneio, sempre haverá polêmicas. O VAR deveria ser usado. Agora, será que se em outras Copas, como por exemplo a de 2002, quando fomos os beneficiados da vez contra Turquia e Bélgica já houvesse essa tecnologia e também não fosse usada para mostrar o benefício a nosso favor, estaríamos lamentado hoje?
Infelizmente existem questões políticas por trás de qualquer evento. Um dia da caça e outro do caçador, quando deveria ser um jogo que vença o melhor e que a justiça seja feira, por isso existe essa tecnologia, ainda nova para todos. 
Insisto que está errado não usar a tecnologia, mesmo que seja em excesso. Na dúvida vale a certeza de fazer a coisa certa. 
Enfim, vida que segue porque agora é pensar na Costa Rica. Espero que Tite aproveite esse espaço de tempo para cobrar que daqui para frente a ordem ao nosso camisa 10 seja de manter o toque de bola rápido ao invés de querer avançar na marcação. Foi assim que chegamos ao gol e conseguimos criar boas situações na partida. Os também dribladores Coutinho e Willian, por exemplo, não sofreram como Neymar porque foram mais objetivos. 
Ok, a torcida espera mais do 10 e por isso, ele deve sim ser o protagonista - A questão é que o time tem outros jogadores de qualidade e, por isso deve ser mais coletivo como foi até o gol. 
É claro que a genialidade de um cara como Neymar têm que aparecer quando a partida exige isso. E é fato que contra a Suíça exigiu e ele preferiu buscar as faltas ao tentar ficar em pé. Se tocasse mais a bola, abriria espaços para alguém em melhor condição marcar. Pense nisso e concorde se quiser.
Bola para frente Brasil - o caminho até o hexa exigirá mais controle emocional e cobranças para todos. Que venha a Costa Rica e uma goleada para dar moral e certeza de que entramos na Copa.
Até a próxima!! 

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