terça-feira, 12 de março de 2019

ÍCONE EURICO MIRANDA MORRE NO RIO DE JANEIRO - Por Rodrigo Curty

Foto: Edgar Lisboa
E mais um grande ícone do futebol se despediu da Terra. Ame ou odeie, o fato é que não posso deixar passar em branco o que representou Eurico Miranda dentro do Esporte Bretão.
Era sem dúvida nenhuma o cara que mais ou um dos que mais sabia das regras dentro e fora das quatro linhas.
Eurico era um cara que fazia de tudo para que o Vasco não fosse prejudicado. Era e talvez jamais deixará de ser o maior ícone do cruzmaltino. 
O cara que adorava um charuto, polêmicas e que não fazia questão nenhuma de agradar A ou B, teve seus momentos de glória e de vergonhas na sua carreira.
O vascaíno viveu ao seu lado momentos que foram do céu ao inferno. Deseja sempre a sua volta e depois a sua saída urgente do cenário futebolístico.
O dirigente chegou em dois momentos à frente do comando presidencial. No período de 2003 a 2008 e de 2015 a 2017. 
Só que foi como vice-presidente que colocou o clube de coração no topo dos mais fortes do país, ganhando o Campeonato Brasileiro de 1997, a Copa Libertadores em 1998, a Copa João Havelange de 2000 e a Copa Mercosul de 2000.
Foi também com vice-presidente, no caso de patrimônio que começou a sua coleção de polêmicas - quem não se recorda do episódio que desligou a energia elétrica para evitar a cassação do presidente Reinaldo Reis? E os desafetos contra o seu grande rival, o Flamengo, que se não fosse a interferência do então diretor de futebol, evitando a ida do maior ídolo Roberto Dinamite, que estava no Barcelona? 
Também foi protagonista quando levou a renda da partida vencida por 1x0, em 1997 contra o Flamengo para casa por achar que era mais seguro.
Eurico era extrovertido. Brigou com apresentadores, jornalistas e não se preocupava com isso. Como não lembrar da agressão ao repórter que perguntou sobre a derrota para o  Flamengo em 2004.
Ele ainda viveu momentos em que misturou o Vasco com política. Usou o nome do clube para vantagens e mesmo assim era temido a ponto de não ter o mandato cassado.
Foi um dos nomes fortes do Clube dos 13, com direito a lambanças históricas e falta de manutenção do que era combinado com os clubes. 
Ele que tirou Bebeto do Flamengo em 1989. Foi protagonista na final contra o São Caetano com o alambrado de São Januário no chão junto com torcedores. Conseguiu a prorrogação da partida ao invés da perda do título como regia o regulamento pela falta de segurança do clube responsável, enfim, hoje não é para lembrar disso. Nessa conquista vale lembrar por ter sido o cara que peitou a detentora dos direitos de todos os clubes, a Rede Globo ao jogar na camisa com o patrocínio do SBT.
No clube também se desentendeu com Roberto Dinamite, já que foi derrotado nas eleições de 2008. Judiou do ex-camisa 10 que foi execrado pela torcida vascaína na primeira queda do clube à série B em 2009.
Em 2014 voltou a presidência para então jurar o que não cumpriu. Em 2015, o Vasco lutava contra o rebaixamento e caso se consolidasse, o dirigente iria para á Sibéria. O time caiu e ele adoeceu ainda mais.
Mesmo assim, quis retomar a sua condição de presidente em 2017. Eurico era um figura não grata para muitos, tinha atitudes no mínimo indecentes como "ganhar" votos de sócios já falecidos, o que deu a vitória à Julio Brant. Só que o homem era forte e mexeu os pauzinhos para que houvesse um novo round, no qual se aliou à Alexandre Campello, que acabou derrotando Brant. Isso foi em janeiro de 2018, a última grande ação no Vasco. 
Entre a sua maior polêmica foi dizer em uma entrevista a Benjamim Back, da Fox Sports, que um neto ou filho dele nascer flamenguista, já nasceria com câncer. As palavras tem poder.
A quem acredite, de fato, que Eurico foi derrotado mesmo pelo câncer - Ele superou o que teve na bexiga e no pulmão, mas no cérebro foi inevitável. O homem que sempre encarava os fatos de pé, se locomovia em cadeira de rodas. era tratado dentro de sua residência.
Eurico deixará saudades nas rodas da puxada da Casaca. Sem dúvida, o vascaíno jamais deixará de lembrar nos momentos de diversão, festividade e farra do maior nome da turma da Fuzarca.
Eurico que tinha 74 anos deixa quatro filhos.
Até a próxima!


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