sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

FLAMENGO COMO DEVE SER FLAMENGO - Por Rodrigo Curty

E o Flamengo conseguiu o que muitos não imaginavam. O rubro-negro venceu o bom time do Junior Barranquilla, em pleno estádio Metropolitano, na Colômbia. 
A equipe que vive momentos conturbados, de incertezas para o futuro e com uma temporada para ser esquecida, viajou com dúvidas de quem defenderia à meta na semifinal. Seria novamente Muralha, que já gastou todas as chances possíveis de fazer história positiva ou o prata-da-casa sem ritmo César? 
Ainda bem que para o bem de todos, a escolha de Rueda foi pelo jovem de 25 anos, que de esquecido, virou o personagem da partida. Nem os mais otimistas torcedores do Flamengo, esperavam tanta alegria e noite espetacular de um profissional que estava dois anos inativo e que no havia sido tirado da lista de inscritos da competição e retornou às pressas.
Ora, essas coisas que acontecem no futebol são inesquecíveis. César fez milagres, se impôs, provou que sabe o que é vestir esse pesado manto sagrado. Mostrou personalidade no primeiro lance de perigo - aquela bola, que se entra, desmorona todo emocional da equipe. Como um passe de mágica, esse peso foi para o time adversário, que sentiu jogar em casa e a responsabilidade de ter que fazer um único gol contra um time anos luz mais tradicional. Chutavam de tudo que era jeito, a fim de testar o "garoto esquecido". Tudo era em vão, e quando a bola ia na direção certa, César fazia o seu papel para o mundo ver, entender que de uma vez por todas, quando se tem preparo emocional, alegria, concentração e coragem, se chega longe. 
O Flamengo jogou com inteligência, aguentava a pressão e na segunda etapa conseguiu com seu outro "menino" dar início a conquista da vaga. Felipe Vizeu, o substituto de Guerrero, arrancou do meio-campo até a entrada da área, para com classe tocar por debaixo das pernas de Viera e calar o estádio.
Daí para frente o jogo ficou nervoso, a pressão aumentou com César sentindo câimbras e mesmo assim pedindo para permanecer em campo -  ele parecia já imaginar o que o destino reservava - Fez duas ótimas defesas e brilhou eternamente aos 43', quando encarou o craque deles, o veloz Chará, que da marca do pênalti viu uma verdadeira muralha rubro-negra saltar para o canto esquerdo e espalmar o que seria um gol para dar esperança aos colombianos. 
Para fechar com chave de ouro, novamente Vizeu, depois de bela jogada de Rodinei, estufou as redes, decretou a passagem às finais e a certeza de que craque o Flamengo faz em casa.
A história prova isso, o Flamengo não nasceu e nem vive para ter craques ou jogadores consagrados em outras equipes. O Flamengo vive e deve seguir com o que tem de melhor, com as suas crias, as suas pratas, afinal, são esses que na hora "h" não fogem, não se escondem e que assumem o compromisso de ter no fim o lugar ao sol.  
Agora é esperara e ver se essa diretoria que ganha 10 no quesito saúde financeira e para não ser radical ganha nota 6 em planejamento, aprenda de uma vez por todas e use essa semifinal como lição. O Mais-Querido merece um final de 2017 feliz e com o título internacional que não vem desde 1999. 
Que venha o Independiente, da Argentina. Que seja devolvida a perda do título em 1995 e que seja novamente um 13/12 inesquecível na Gávea.
Assim quem sabe 2018 definitivamente será o da ressurreição do Flamengo. O Flamengo que a torcida gosta de ver - o de raça, amor, paixão, identidade e títulos e mais títulos.
Até a próxima!

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