quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

O FIM DA MÍSTICA RUBRO-NEGRA - Por Rodrigo Curty

E mais uma vez, o Flamengo perdeu um título dentro do Maracanã. E mais uma vez para um velho conhecido, o Independiente, equipe argentina que fez valer o apelido de "Rey de Copas". O time Rojo jamais perdeu uma decisão Sul-americana.
O placar de 1x1, principalmente da forma que ocorreu, com o time buscando a vitória, em outros momentos com erros infantis, falta de tranquilidade na hora de resolver foi decepcionante, dolorido e inacreditável. Ao mesmo tempo, na frieza da paixão, deixou um alento - O Flamengo precisa mudar drasticamente para voltar ao topo.  
A gestão rubro-negra parece ter pego definitivamente o gosto de decepcionar a sua sua imensa torcida, considerando inclusive "aquela" que diz ser Flamengo e que mancha clube, os verdadeiros torcedores e simpatizantes com suas ações barbáries e de extracampo sem nenhuma necessidade.
O Flamengo, gigante por natureza, jamais precisou de vândalos estourando rojões pelas ruas, brigando com torcedores rivais e aterrorizando adversários em porta de hotel para conquistar títulos - O que se viu na véspera da final foi inadmissível e vergonhoso. Repito, isso não é característica de torcedor rubro-negro. Isso é um prazer de ser mais um marginal à solta e que só ajudou a escancarar de vez, uma triste realidade do atual Rio de Janeiro - Um estado sem comando, abandonado e disponível para qualquer um fazer o que bem entender.
Curiosamente, no futebol a história é a mesma com o clube carioca. A gestão Eduardo Bandeira de Melo é uma vergonha - Mesmo que financeiramente saudável, contando com CT's de primeiro mundo, estruturas fantásticas para que os atletas joguem e se mantenham em alto nível, o mais importante não vem, os sonhados títulos.
Fora isso, para amenizar as vergonhosas campanhas e consequentemente as duras cobranças dos que pagam planos caros para fazer o Flamengo mais forte, sempre aparecem as contratações atrás de contratações. Ora, infelizmente ainda não entenderam que o dinheiro não é sinônimo de títulos. Não se pode comprar tudo. 
A boa gestão sabe planejar, aguenta as pressões, conhece o DNA do clube em que trabalha e principalmente sabe cobrar aqueles que contam com todos os privilégios. A do Flamengo provou em cinco anos que o negócio deles realmente não deveria ser o futebol e sim uma inteligência para salvar empresas do buraco negro.
É verdade que ganhar e perder também faz parte do futebol. É verdade também que o rubro-negro sempre foi um clube que viveu de títulos, muitas das vezes de forma inesperada, vencida na base de suas tradições - raça, amor e paixão dos que vestem o chamado "Manto Sagrado". E olha que essa tradição sempre contou com os "pratas-da-casa", falta de dinheiro em caixa e estrelas. 
O Flamengo insiste em inventar a roda - A perda teve seu lado positivo - a conquista da taça seria um pano de fundo aos problemas sérios que precisam ser resolvidos como manter jogadores renomados e caros. A derrota, por outro lado, traz a esperança de finalmente o clube voltar a contar com peças de identidade como o veterano e cria da Gávea, o excelente e "monstro" Juan, os jovens César, Lucas Paquetá, que foi "gigante" e os ainda "verdes", porém com personalidade Vinícius Júnior e Lincoln.  
O último ano de Bandeira de Melo a frente do clube é um incógnita - Restará saber se terá pulso para mandar uma enorme "barca" embora ou se seguirá frouxo permitindo que o inventado "cheirinho" continue humilhando os torcedores, que acredite não são os que estavam no Maracanã - os que lá estavam são os de melhor poder aquisitivo, os que amam as selfies, "baladas de luxo" e que mal sabem cantar o hino e empurrar o time nos 90'. Poucos são aqueles tradicionais que vendiam o almoço para comer a janta e que passavam fome para vibrar, cantar até ficar rouco e no fim afirmar ter valido a pena porque viu um time de identidade fazer valer cada centavo. 
A mística rubro-negra entre time e torcida parece realmente ter acabado. Se no passado um adversário entrava tremendo com um Maracanã vermelho e preto, há anos e não somente na atual conjuntura, até que provem o contrário, os mesmos rezam para o Flamengo ser o adversário.
Que venha 2018 e com ele mais paixão, fanatismo, nervosismo e por que não os tão esperados títulos?
Até a próxima!

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