terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

A SAFADEZA NÃO É EXCLUSIVA - Por Rodrigo Curty

foto:purepeople/AGNews
E como se não bastasse para um dos lugares mais belos do mundo passar pela velha e conhecida violência, agora, mais uma vez, terá que se contentar com a falta do Maracanã, em uma das semifinais do primeiro turno, a tradicional e empobrecida Taça Guanabara.
Flamengo e Botafogo deveriam jogar no Maracanã, deveriam mais não jogarão. É importante ressaltar que não é de hoje que o estádio se tornou fora de cogitação para os clubes do Rio de Janeiro - Manutenção, aluguel, custos altos dos ingressos, entre outras coisas referentes à péssima administração afastam os clubes de seus torcedores locais, o que é uma pena.
O clássico que está bem aquém das expectativas será jogado em Volta Redonda, no estádio da Cidadania, em pleno sábado de carnaval e não somente pelas questões citadas acima. É muito sério, deveria ter uma atenção mínima, afinal, nesse dia, o Mário Filho será palco para o show de Wesley Safadão, quem diria! 
O estádio que em seus tempos áureos recebeu Frank Sinatra, a banda Kiss, Tina Tunner, Madonna, Paul MacCartney, Ivete Sangalo, entre outros já não justifica ser usado para partidas de futebol e tão pouco apresenta critérios para ser usado. 
Antes que os fãs do cantor me xinguem ou entendam de forma errada a minha crítica, por favor entendam, que tenho certeza que a culpa não é dele e sim da nossa pobre administração, que faz com que a rica cultura brasileira se perca nas suas histórias a cada dia que passa. Deveria ser inadmissível aceitar ter um show no estádio ao invés de o ter como prioridade para o esporte bretão. 
O cenário empobrecido nas quatro linhas não é exclusividade do abandonado Rio de Janeiro, o problema é nacional, principalmente pelos clubes se tornarem de maneira veloz e competitiva uma fábrica de exportação de jogadores para o mundo. 
A safadeza está em outras esferas do país. O futebol, pão e circo por muito tempo e ainda, de certa forma, se faz presente na nação, só que corre o risco de perder a identidade dos mais antigos, que preferem viver de nostalgia e Maracanã lotado antes de se direcionar para o Sambódromo. 
Será o fim do futebol? Claro que não, apenas é bom não se surpreender se a cada ano vermos os estaduais sem nenhum tipo de interesse e apenas obrigação. É aguardar para ver.
Até a próxima!

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