domingo, 8 de abril de 2018

PAULISTÃO, PAULISTA, PAULISTINHA - Por Rodrigo Curty

E felizmente para muitos torcedores, nesse domingo os estaduais deram adeus. Grêmio, Botafogo, Cruzeiro, Bahia, Náutico, Goiás, Atlético PR, Figueirense, Remo, etc e etc, levantaram a taça.
E em São Paulo? Pois é, esse é o assunto de hoje. O campeonato mais rentável do país deu o que falar. A final entre Palmeiras e Corinthians deveria ser lembrada de uma outra maneira, só que não foi bem assim.
Antes de entrarmos na grande decisão, vale o registro de que nenhum dos considerados grandes se "importavam" tanto com o título. Muito pelo contrário, tratavam, como tratam há anos, o torneio como um laboratório, uma vez que o que vale mesmo são os outros torneios da temporada.
Ora, que hipocrisia - se perder, a competição é menosprezada, se vencer, a valorização de uma grande conquista. O fato é que um título regional realmente não tem o mesmo peso de outrora, só que para a história do campeão vale e muito.
Desta maneira, um dos times mais rentáveis do país, o mais repleto de jogadores para cada posição, o que conta com um estádio espetacular, deveria lamentar a derrota, da maneira que foi ao invés de criticar, independente do erro crucial da arbitragem colaborando para o título do Corinthians, como conto a seguir.
A decisão tinha tudo para ser mais interessante. O problema, assim como já visto nas duas semifinais dos quatro grandes foi a covardia apresentada pelas equipes. Todas mais preocupadas em não levar do que marcar os gols.
Ao meu ver, o maior campeão paulista foi o que mais se negou a jogar e o que teve mais méritos - sim, a burocracia e objetividade também merecem aplausos - O time mais uma vez conseguiu o que mais desejava - fazer pelo menos um gol. E nessa final isso veio antes do imaginado, em plena casa do rival.
Longe de criticar ou menosprezar os comandados de Fábio Carille, apenas não gosto da forma que o Corinthians joga, mesmo sendo objetivo. Desde Tite o Timão é assim - um time pragmático e mais preocupado com o resultado do que com o espetáculo. Eu sei que no futebol vale a conquista, independente da maneira. Só que eu sou um romântico que prefere ver um time jogando de maneira intensa e com vontade de fazer quantos gols forem possíveis, mesmo que isso lhe custe a derrota. 
E que fique claro que a conquista teve seus méritos - Mudanças de peças no elenco, vitórias em clássicos e competência quando exigido. Assim como nas semifinais, o alvinegro suportou a pressão e conseguiu levar a definição para a marca da cal. 
Rodriguinho e Cassio mais uma vez foram os grandes protagonistas - Resolveram de forma idêntica contra São Paulo e Palmeiras.
A grande lamentação dessa final foi a lambança do árbitro Marcelo Aparecido Ribeiro de Souza. Aos 26', ele viu penalidade de Ralf em Dudu e após 8' de idas e vindas, consultas com quarto árbitro e sabe Deus com quem mais, voltou atrás e marcou escanteio. 
O povo, independente do time que torce, deveria aplaudir a atitude, afinal, realmente não houve a penalidade. Só que os gritos de "vergonha" também foram válidos, uma vez que no futebol, o árbitro, desde que não tenha ajuda de recursos de TV deve assumir as suas convicções, ou seja, se marcou a penalidade, deveria honrar.
Já era tarde, quis o destino que o restante da partida e os seus longos 10' não acrescentasse em nada na bola e finalizasse o campeonato paulista que poderia ter sido no final um Paulistão e encerrou como paulistinha.
Uma pena para o torcedor, que lembrará talvez mais do erro/acerto, do que a competência e glória de Cassio, calando o Allianz Parque ao pegar as cobranças de Dudu e Lucas Lima e ajudando sua equipe a vencer por 4x3.
Parabéns ao Corinthians pelo Bicampeonato e seu 29º título e minhas lamentações ao Palmeiras que deve provar ao longo da temporada, que se preocupa mais com os títulos graúdos do que com um torneio regional. 
Até a próxima!

Nenhum comentário:

Postar um comentário