quarta-feira, 29 de maio de 2019

ABELÃO E O PAPELÃO - Por Rodrigo Curty


E Abel não é mais o treinador do Flamengo. O comandante se sentiu traído pela direção rubro-negra, se sentiu isolado, sozinho e enfraquecido. Por mais que as imagens da última partida mostre que os jogadores do clube, o que em momentos de crise é talvez o mais importante, a relação com a torcida também pesou na saída.
Se voltarmos ao tempo, veremos que houve ao meu ver, um erro na ambição do rubro-negro em querer o treinador. Dorival Junior que dirigiu a equipe nas últimas partidas da temporada passada, estava bem e agradava a torcida. Só que o planejamento pedia um treinador mais experiente, vencedor e que soubesse lidar com estrelas e jogadores da base. 
É bem verdade que Abelão fez um bom trabalho no Fluminense até o seu desgaste, o que é normal em qualquer clube brasileiro, uma triste realidade. E é nítido que a perda de seu filho colabora para seu comportamento mais triste, "longe" e sem vibração.
É verdade também que não basta apenas empatia para um trabalho dar certo, tem que haver conhecimento aonde se pisa, e isso Abel não sabia. Errar é humano, só que constantemente como trocar o nome da equipe que dirige, valorizar mais os adversários do que o próprio clube, relembrar momentos de glórias em outras agremiações, bater de frente com a massa, seja por teimosia ou por querer mostrar quem manda, colaborou e muito para essa decisão.
O clube tem muita culpa nisso também. Não aprende com os erros e ao invés de se impor, bancar o que acredita ser o melhor, entre outras coisas básicas, prefere ficar a mercê e refém da torcida, como algo que diz "fizemos o que pediram", caso um insucesso venha ocorrer. É preciso respeitar mais os seus funcionários.
O Flamengo há tempos aparece mais nas manchetes pelos seus papelões do que pelas suas conquistas e acertos. Abel, mesmo sem ter engrenado, apesar dos títulos da Copa Flórida, valorizado mais do deveria, Copa Rio e o Carioca, classificação às oitavas de final da Libertadores, além da possibilidade de avançar às quartas de final da Copa do Brasil,  tem razão em se sentir traído e não aceitar que se metam em seu trabalho e planejamento pensando.
A gota d'água foi a interferência da diretoria ao sugerir que ele escalasse a força máxima contra o Fortaleza e não mais os reservas como já idealizado. Ora, o elenco do Flamengo deve ter giro, oportunidades para todos e consequentemente, boas atuações nas competições presentes. Penso ser um erro utilizar o mesmo time em todas as partidas, uma vez que o desgaste físico e mental custará caro.
O que fizeram com Dorival, fizeram agora com Abel - conversas com treinadores para assumir o clube, a princípio, após a Copa América, sim, só não ver quem não quer que isso já era pensado e arquitetado pela cúpula de Rodolfo Landim, Marcos Braz, Luiz Eduardo Baptista, Bruno Spindel e cia. Sim, Jorge Sampaoli foi procurado para largar o Santos e agora outro Jorge, o Jesus é a bola da vez, por mais que digam que Renato Gaúcho só não assinou ainda por conta do salário pedido (1,5 milhão/mês) e pode ser a surpresa, após a Copa América. Haja gastos e mais gastos.
O Flamengo precisa ser mais profissional com seus comandados. Precisa entender que o clube deve sempre estar acima de qualquer decisão e pessoas. Enquanto esse amadorismo, falta de identidade e sintonia entre todas as partes perdurar, os títulos esperados ficarão nas mãos de quem trabalha com mais profissionalismo e ao clube mais um episódio e papelão.
Vamos aguardar os próximos capítulos.
Até a próxima!! 

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