sábado, 23 de novembro de 2019

O CHEIRINHO ACABOU. FLAMENGO É BICAMPEÃO DA LIBERTADORES - Por Rodrigo Curty

O dia 23 de novembro jamais será esquecido pelo torcedor do Flamengo, seja os presentes no estádio Monumental, em Lima, no Peru.
O rubro-negro que em 1981 e na mesma data conquistou a América contra o Cobreloa, do Chile, repetiu a dose. 
O Flamengo é realmente é o time do ano. Desde a chegada do técnico português Jorge Jesus, o Mister, o time encantou com o espetacular plantel formado. 
O resgate do verdadeiro futebol brasileiro, de ousadia, vontade de vencer, alternâncias táticas e um time que jamais desistiu de chegar no ponto alto como conto a seguir.
Queira ou não, o Flamengo desde os tempos de Bandeira de Mello plantava o que hoje se colhe. A saúde financeira para contratações, melhorias de estruturas, entre outras coisas que o coloca como modelo mundial só cresce.
Só que o torcedor vive de títulos, conquistas que lavam à alma. Assim, se desde 2013 o "título grande" ficou pelo caminho, levando as dores e brincadeiras do Brasil inteiro para o tal "cheirinho", agora essa zica acabou nas mãos de Rodolfo Landim e sua diretoria pé quente.
O time é um verdadeiro esquadrão e não depende apenas de um ou dois jogadores. Todos sabem a importância de jogar em prol da coletividade, esquemas e jogar pela Nação.
A Libertadores que sempre assombrou nas últimas edições com eliminações precoces e vergonhosas, quase deu suas caras também em 2019. Sim, o Emelec quase fez o que os rivais desejavam. Só que dessa vez, como foi em toda a temporada, o Maracanã realmente foi nosso. 
A vitória de virada contra o River Plate foi emblemática, histórica e testou corações, sobretudo o meu. A camisa pesada do time argentino entorta varal, como entorta e muito a nossa também. 
O drama de levar um gol da maneira que foi, com a ótima dupla Arão e Gérson falhando, após displicência do experiente lateral Filipe Luís se fez presente.
Era a hora de provar que o time tem emocional para reverter as adversidades. O River de Marcelo Gallardo marcou em cima, jogou no alto, como gostamos de jogar, deixava sempre dois jogadores para cada um rubro-negro. Estava difícil.
O tempo passava e tudo indicava que não daria dessa vez, mesmo o Flamengo sendo outro na etapa final. Só que não daria para quem não sabe o que é ser de fato Flamengo. Um time que luta para os apaixonados torcedores do asfalto, do morro, seja rico ou pobre e que é de Deus e do povo do meu coração. Um time que literalmente joga junto pelo objetivo final.
Se o tradicional time argentino soube jogar e parar nossas principais jogadas, principalmente com o excepcional Éverton Ribeiro, esqueceu que o jogo só acaba quando o juiz apita. Bastou o trio Arrascaeta, Bruno Henrique e Gabriel Barbosa, o Gabigol, responsáveis por 86 gols marcados no ano entrar em ação para que antes do apito final, os 3' mais vibrantes da história do clube se eternizasse. 
O resto você já sabe. Foi uma festa rubro-negra, um avalanche vermelho e preto por todo país, uma loucura que superou as conquistas da Copa do Mundo, enfim, como é maravilhoso ser Flamengo.
O título é incontestável e deve fazer bem para o futebol brasileiro. Um esquadrão rubro-negro que assusta quem o enfrenta. Que inveja quem não consegue fazer o mesmo, que busca desculpas para não aceitar que a conquista veio dentro de campo.
O Flamengo só tende a crescer com essa conquista. Grana e mais grana entrando. É fato que se o clube souber cuidar bem desse momento, existe a chance de se criar uma dinastia. 
É bem verdade que a tendência é de que craques sairão e que outros chegarão. É sabido que se manter no topo é um desafio, e para isso basta seguir com a receita do que é vestir o manto sagrado e entender que ninguém é maior do que o clube. Entender que ele serve para que o nome de quem o representa entre para a história. 
Os dessa conquista já está gravado na memória de todo flamenguista e assim descrevo:
Diego Alves: Se ficou a dúvida se valia a pena ser mantido, após oscilações e indisciplina entre 2017 e 2018, a resposta é sim. Baita goleiro que quando exigido deu conta do recado. É fera no gol.
Rafinha: Finalmente o Flamengo pegou um lateral direito à altura de suas tradições. Mostrou raça, amor e paixão em vestir a camisa. Muita identidade com o torcedor.
Rodrigo Caio: Superou todas as expectativas de quem o "pintava" como jogador de condomínio. Jogou com raça, sangrou e jamais se omitiu nas decisões. 
Pablo Marí: De uma incógnita para certeza. Foi um achado da diretoria. Clássico, mesmo quando falhou levantou a cabeça e colaborou e muito. Raça e empenho até o apito final.
Filipe Luís: Lateral clássico, técnico e mesmo quando falha, se recupera e volta para o jogo. Fundamental em muitas partidas. Calou muitos, inclusive eu.
Willian Arão: Um dos mais incontestados jogadores da gestão Bandeira de Mello. Achou o seu lugar com Jesus e foi uma das peças mais importantes para a arrancada.
Gérson: Outra jogada bem feita da diretoria. O meia joga demais e trouxe a categoria e inteligência ao meio-campo..
Arrascaeta: Um jogador impressionante. Uma peça importantíssima para essa competição. Técnico e raçudo, voltou de cirurgia no joelho e mesmo sem estar 100% se entregou ao máximo.
Éverton Ribeiro: Outro da gestão anterior que teve uma temporada impressionante. Técnico, frio e incansável. Jogou por todos os lados e sempre em coletividade. Um verdadeiro capitão.
Bruno Henrique: Esse para mim o melhor jogador brasileiro em atividade. Técnico, rápido e calculista. Vai para dentro dos adversários e se coloca bem para o drible, chute e cabeceio. É a cara do Flamengo.
Gabriel: O cara é iluminado. O Gabigol é realmente o nome do gol. Tem muito a cara do clube, da torcida e não desisti nunca. Artilheiro da Libertadores com 9 gols, ele não para de bater recordes e cravar o nome na história do clube. Foi mais uma vez decisivo.
Vitinho: Ainda não é aquele jogador que a torcida esperava ver, porém é determinado, busca o jogo e fez diferença em algumas partidas. Entrou bem na final. Merece crédito.
Diego: Se tem um jogador que merecia e muito essa conquista, esse é Diego. Mesmo criticado, xingado e até agredido, jamais desistiu de conquistar um título grande no clube. Conseguiu o improvável de retornar aos gramados ainda nesse ano. Entrou muito bem e foi líder. Como sempre, jamais se omitiu e chamou o jogo. Soube entender a importância de fazer parte do grupo, mesmo que na reserva.
Jorge Jesus: Se mostrou um grande conhecedor do futebol bem jogado. Do futebol bonito sem ser pragmático ou por resultados. Jogou junto o tempo inteiro. Literalmente um Mister que jamais será esquecido. Um exemplo a ser seguido para quem ama o verdadeiro futebol.
Outros nomes do elenco como César, Rodinei, Renê, Piris da Motta, Reinier, Lincoln, Rodholfo, Thuller, Berrío, entre outros, também merecem os aplausos. Honraram o manto sagrado. 
E as comemorações não devem parar tão cedo. O Brasileirão é logo ali. Um título que virá de forma incontestável e sobrando. Será o maior campeão dos pontos corridos. 
Em relação ao Mundial de Clubes, a tarefa não será fácil e é fazer pelo menos a nossa parte, de jogar sem se entregar. É aguardar para ver o que vai dar.
Até a próxima e saudações rubro-negras a essa linda Nação que está realmente em outro Patamar!!! 




Nenhum comentário:

Postar um comentário