Foto:Getty Images/Crédito Getty Images 20 |
É bem verdade que os holofotes sempre miram o rubro-negro,
seja na boa fase ou na ruim, aliás, principalmente nas fases ruins. Doa a quem
doer, o Flamengo, ou melhor, o gigante sempre incomodará. Ora, menos, menos.
Bem, basta analisarmos, que principalmente, após o ano mágico do clube carioca
em 2019, a maioria quando perde ou ganha sem empolgar, se compara com o
Flamengo. Se espelha em seguir os mesmos passos, e a razão é bem plausível. O
Flamengo, de fato, esteve em outro patamar e mudou a forma de pensar o futebol
por aqui.
O clube carioca provou que com planejamento, disciplina,
trabalho focado e principalmente foco, tudo tende a dar certo no final. Faz
valer a sensação de que valeu cada suor, cada lágrima, cada raiva e alegria
vivida no percurso da glória.
Muito bem, é fato que nada dura para sempre. E vamos lá, no
começo de 2020 tudo estava bem até a pandemia mostrar a sua cara. Títulos, bom
futebol, harmonia e expectativa de que o torcedor rubro-negro novamente teria
um ano, nadando de braçadas.
Foi aí que polêmicas envolvendo Jorge Jesus, Covid-19
batendo na porta dos clubes, incertezas se teríamos ou não a bola rolando no
ano, entre outras coisas. A mudança se fez presente. Mudança de comando, saída
e chegada de jogadores, equipes de fisiologia, entre outros departamentos, diretoria
com a vaidade à flor da pele, eleições, etc, etc.
Chega então uma nova aposta. Domènec Torrent e sua comissão
técnica espanhola. Já são quase 100 dias de trabalho e mais problemas do que
paz. O técnico definitivamente não conseguiu implantar a sua filosofia de
trabalho e muito menos deixar claro o que deseja dos comandados. O time está
longe, mais bem longe de render o que se espera. Dome ainda não entendeu o que
tem na mão. Não entendeu o que é ser treinador aqui no Brasil. Não entendeu que
não vale insistir nos mesmos erros. Não entendeu que certas coisas não podem
ser ditas em coletivas. Não pode achar normal e entender que tem sorte levar 10
gols em três partidas porque a tabela ajuda, no que diz respeito a posição.
Passou da hora do time reagir e voltar a ter 12 jogos de invencibilidade, porém
agradando. De provar que é supremo e corresponder às expectativas. O time que
antes assustava, agora é desejado pelos adversários para levantar a moral.
É claro que o calendário colabora para o time não engrenar.
Só que isso não é uma exclusividade. O Flamengo B ou até mesmo C, bem treinado
equilibra as ações no Brasileirão. A solução é simples. Basta definitivamente
usar o que tem de melhor e seguir com o que estava dando certo antes da parada.
Parar de inventar e insistir nos mesmos erros de escalações e substituições.
E sejamos justos em afirmar que com JJ, o Flamengo também
caiu de produção no retorno do futebol, só que tinha hierarquia, tinha padrão
tático. Tinha comando dentro e fora das quatro linhas. Falta Diego Alves
voltar, falta o cara que chama o grupo para mostrar os erros, todos jogarem
para todos e entender qual o papel de cada um. Falta entender que o desafio
maior de conquistar títulos é o de se manter na parte de cima. Entender que a
garotada é boa só que não é a solução imediata, quando se tem tanta gente
experiente e boa tecnicamente à frente. É preciso cobrar e criar uma nova
hierarquia, insisto nisso. Dividir papéis e metodologia de jogo.
E longe de achar que falta vontade, só que, pelo menos para
mim, deixamos de ser uma equipe homogênea, solidária, aquela que sabe bater e
sofrer. Que sabe ter a leitura da partida e mudar esquema tático, alternâncias
de posicionamento e mais ousadia, coragem e confiança. O time mostra fragilidade
e aceita normalmente as derrotas vexaminosas. O time não agride e pressiona os
seus adversários. O time espera um cansaço do outro lado para se impor e por
achar que pode vencer as partidas na hora que bem desejar. Virou um time óbvio.
Um time que parece querer derrubar treinador.
Muitos ainda vão defender que na verdade o que está faltando
é sorte. O time cria só que não faz, e quando atacado, tudo dá certo para o
adversário. Até pode fazer sentido, uma vez que o rubro-negro aceita isso. Ora,
doa a quem doer, o Flamengo está longe de voltar ao seu antigo patamar e insiste
em viver do passado e das sombras de JJ e sua comissão.
E como se não bastasse, ainda temos questões internas no
clube. Marcos Braz pensando em sua candidatura política. Rodolfo Landim, vendo
tudo de fora. Conselheiros pedindo a cabeça do treinador. Será que a demissão
seria a melhor saída? É simples agora assumir um equívoco e bancar os mais de R$12milhões
de multa? Ora, nenhum clube deve se ver pressionado pela mídia e pelos seus torcedores.
A resposta deve ser dada imediatamente e no campo. Time tem, basta virar a
chave.
Até a próxima!!
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