E lá se vai mais uma eliminação do time que é considerado
por muitos, como realmente, sendo o melhor do Brasil. E alguém discorda, apesar
das quedas?Foto: UOL
Ora, o fato é que o aconteceu em 2019, dificilmente acontecerá
com qualquer equipe que seja. Dinheiro,
estrutura, salário em dia, trabalho e mais trabalho não é certeza de conquistas.
O Flamengo, sem querer ser prepotente, perdeu e segue
perdendo para ele mesmo. Sim, o time nem sempre vai acertar, a começar pela sua
direção, que se brilhou no ano passado com contratações pontuais e assertivas,
baixo custo nas transações e um planejamento invejável, nesse ano de 2020,
antes mesmo da pandemia, vacilou demais, apesar das conquistas.
Tudo começou com a novela de fica ou não fica Jorge Jesus.
As saídas de seu corpo médico, incluindo fisiologistas e fisioterapeutas, que
foram fundamentais na recuperação de jogadores, contratações equivocadas e por aí
vai.
Para piorar, ao invés de focar no trabalho físico, o elenco
ganhou férias e voltou totalmente pesado, ou seja, muito ruim fisicamente e tecnicamente.
Como se não bastasse, para mostrar sua força, Marcos Braz e Bruno Spindel foram
atrás de um treinador na Europa. E olha que sem a preocupação se agradaria a
todos, o nome escolhido.
Pois bem, veio a aposta de nome Domènec Torrent, que estava
fora do fortíssimo New York City FC, após tentativas frustradas por outros
treinadores. Um erro que custou caro demais. O time não se ajustou, perdeu
aquilo que havia sido montado pelo JJ e a pandemia, e de quebra, deve milhões
ao espanhol.
A briga interna é e sempre será um problema no clube, e isso
não é exclusividade. É preciso uma postura mais presente do presidente Rodolfo
Landim. Passou da hora em decidir se fica com Marcos Braz ou Luiz Eduardo
Baptista, assim como fez com Paulo Pelaipe. É nítido que existe o rachão e
diferenças ideológicas e de postura com o elenco e conselheiros.
E dessa maneira, isso reflete no grupo, que passou de
campeão a amarelão. Os cofres deveriam estar cheios. Ao invés disso, sobra decepções,
falta de competência, recuperação de jogadores e lamentações.
Para muitos, a saída de Rafinha, a chegada de uma zaga que
não vingou e nem vingará, insistências em nomes como o de Vitinho e perseguidos
Willian Arão e Diego também colaboraram para as eliminações. O torcedor vive de
paixão e sempre buscará os culpados. Rogério Ceni entra nesse cenário. O
treinador pegou uma verdadeira bucha. Veio, ao meu ver, super valorizado graças
à ajuda dessa mídia que insiste em se equivocar. O atual treinador conquistou a
série B e a Copa do Nordeste. Ora, com todo o respeito, o Flamengo é outro
patamar.
Agora, sejamos justos com ele. Sofreu e sofre com
desfalques. O time não consegue fazer os gols e lá atrás é uma beleza para
qualquer adversário. O maior erro foi querer levantar a moral de Léo Pereira, Gustavo
Henrique, inventar posições, como a de Renê de lateral direito. Fora isso, trocar
medalhões, em momentos cruciais.
O Flamengo deu azar nas eliminações? Sim, basta olhar as
partidas com frieza e ver que o time perdeu a classificação pelos próprios
erros e pela competência dos outros. O São Paulo venceu no Maracanã com erros
bizarros e no Morumbi, aproveitou as chances. Deu em ambos os jogos 10 chutes e
marcou 5 gols. Contra o Racing, o time carioca foi uma equipe que não machucou
o adversário desfalcado e na volta, para variar, perdeu uma sequência de gols,
deixou a desejar com triangulações, insistiu em chuveirinhos e, tudo isso culminou
para mais uma tragédia.
É bem verdade que aparentemente Rodrigo Caio deu mais
tranquilidade para Gustavo Henrique. O time estava mais equilibrado, até os
erros do zagueiro, sem tempo de bola e precipitado, o que resultou na sua expulsão.
Depois o seu companheiro, para variar, entregou o gol. Vale ressaltar que os substituídos
Arrascaeta e Everton Ribeiro não são meias que chutam, assim como Gérson. É
preciso uma referência para o trio. Gabigol fez e faz falta. Com ele a
atmosfera e o jogo do Flamengo é outro. Ninguém discute a qualidade técnica de
Everton Ribeiro, só que ao meu ver, ele é supervalorizado e nos jogos grandes, ainda
deve, doa a quem doer.
Outro cara fundamental para o sucesso do time, Bruno
Henrique ainda está longe do que se espera. Assim, depender de Vitinho e Michael,
que ajudam taticamente, só que erram nos momentos cruciais é muito para o
torcedor.
Agora já foi. Nunca é tarde para se ajustar. É preciso
paciência, porque mandar mais um treinador embora será novamente um erro da
direção. Atitude e trabalho focado é o que deve ser feito. Resta o Brasileirão.
É um título importantíssimo.
É aguardar para ver como o rubro-negro juntará os cacos e se
organizará até fevereiro. Agora terá uma sequência boa e com um período de uma
semana para cada partida. É jogar cada uma delas até a última rodada do
Brasileirão como sendo uma decisão.
E nesse período é necessário um planejamento para 2021.
Vender jogadores, pensar em trocas pontuais e sem loucuras. Mesclar a garotada
com a experiência, em busca do equilíbrio emocional.
Fazer pressão agora só irá atrapalhar ainda mais a sequência.
O torcedor tem que apoiar, fazer valer o “aonde estiver, estarei” e ajudar a
retomada do time que tem muito para ser extraído.
Ser Flamengo é para os fortes e duvidar de seu ressurgimento
pode ser um erro fatal, afinal, ele é maior do que qualquer eliminação.
Até a próxima!!
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